Parece que a vida não cansa de querer... Thamys Marinho

Parece que a vida não cansa de querer me transformar em uma peça do jogo “amores proibidos”. De tanto eu jogar eu aprendi as regras e os atalhos. Sei o suficiente pra ganhar, pra me livrar de qualquer apetite pelo veneno. Não há olhares que me compadecem, nem tocar das mãos que me faça suar, nem cheiros que me arrebatam. Aprendi a bloquear qualquer relação (afetiva ou não) que não dará certo. É difícil enganar o coração, mas não impossível. E eu consigo. Basta apenas sufocar o desejo e permitir que morra por asfixia. E dói, como qualquer sacrifício a ser feito. Mas é preciso renunciar às vezes como forma de encontrar alguma resistência, alguma forma de sobreviver a todas essas ciladas que a vida arma pra derrubar os debilitados. Na lei da vida, ter sentimentos é fraqueza. É estar no meio de uma guerra sem nenhuma proteção. E eu já estive nessa guerra, quase morri com as feridas abertas, com as hemorragias internas, com o coração dilacerado. Fui curada pela força do tempo, e desde então decidi que sentimento bom é sentimento morto.