Absurdo, irreverência ou Brasil?... Franciny Carvalho

Absurdo, irreverência ou Brasil?


Brasil, terra do samba, livre de terremotos e tsunamis, com diversidade de culturas e lindas reservas naturais. Mundialmente reconhecido pela violência, pela impunidade, país onde tudo é permitido, é festa. Educação, saúde e segurança deixaram de ser prioridades. A formação de seres humanos com princípios e valores, para firmar a ordem e o progresso escritos na bandeira, está desaparecendo.


Mesmo com fome e miséria, o Brasil ainda pode ser considerado como uma grande potência mundial. Entretanto, o que é visto hoje, são assassinatos brutais, crimes de cunho político, corrupção, assassinos que compram a liberdade com dinheiro e deixam uma dor que nada pode diminuir. Embora ninguém esteja livre disto, mesmo não sendo brasileiro, pois a violência é uma questão mundial, o que agrava a situação aqui é a flexibilidade ao cumprirem-se as leis, infelizmente há muitos benefícios aos infratores, o que os faz pensar que cometer crimes aqui neste país não é algo tão sério nem acarreta sérias consequencias.


Em outras nações, onde as leis são rígidas, a conscientização é maior. Tal flexibilidade, transforma o Brasil numa terra de ninguém perante os olhos do mundo, fato extremamente claro numa série de fimes de ação internacional, que teve sua última versão gravada no Rio de Janeiro. No filme, há uma cena em que viaturas são subtraidas da sede da Polícia para prática ilegal de corridas e outra em que policiais são acuados por uma força ilegal maior, tornando a Instituição que zela pelo país, símbolo de fragilidade. O pior, é saber que com certeza muitos brasileiros acharam o filme um clássico, porque o Brasil foi escolhido como cenário. Infelizmente, onde ainda há educação e senso crítico, isto não é sinônimo de orgulho.


E onde ainda há educação? Saúde? Segurança? Estas prioridades, que deveriam conferir uma vida digna e são direito de qualquer ser humano, são substituídas diariamente pela ganância, desonestidade e descaso. Pessoas que morrem esperando atendimento em portas de hospitais, erros médicos gravíssimos, meses de espera para uma consulta. Entende-se que isto ocorra em mais lugares no mundo, mas por que de forma tão cruel aqui? Será que é porque o brasileiro, que tem como característica a alegria e a esperança, já não aguenta mais tantos absurdos nem tem mais em quem acreditar?


A escola, que antes era um local destinado ao aprendizado, hoje está destinado a morte, tráfico de drogas e porte de armas. Estudar? Isso é mesmo necessário? Elegeram um palhaço para deputado, muito bem remunerado por sinal. A Lei Seca, que deveria diminuir o número de motoristas alcoolizados pelas ruas, confere agora ao cidadão o direito de ser atropelado e perder a vida andando na calçada. Sensacionalismo demais? Não! Realidade!

As autoridades competentes, que deveriam ser exemplo e fazer do país um local justo e habitável, trabalham incansavelmente em prol de seus interesses e conforto. País, população? O que é isso? Nada mais que a fonte de renda deles, que a propósito jamais deixará de aumentar, graças a um intenso processo de lavagem cerebral realizado constantemente, permitido pela falha no sistema educacional, que faz com que as pessoas não tenham mais senso crítico.


Desta forma, perde-se a criação e a base de valores e princípios para o futuro desta nação, as crianças. Hoje em dia, muitos pais, já vítimas de uma educação deficiente, não tem noção de que muitas coisas veiculadas na mídia, ações governamentais e até mesmo as músicas que ouvem no rádio, fazem parte de uma industria cujo objetivo não é educar, mas sim lucrar!


Não educam mais seres humanos, criam-se robôs, exércitos de cidadãos que deixaram- se levar por opiniões e ordens, sem sequer saber o que significavam. Assim, perderam sua identidade e é este legado de perdição que deixarão para suas gerações futuras. Logo, cria-se um ciclo infinito de pessoas manipuladas, uma sociedade caótica, dominada pela falta de educação e pela violência. Se isto vai acabar um dia? O que é infinito nunca termina. Agora, a desgraça começa ainda mais cedo, meninas de 11, 12 anos que mal sabem cuidar de si próprias, trazem filhos ao mundo, que provavelmente não terão boas oportunidades, dando continuidade a este pandemônio.


Diante de tudo isto, o que fazer? Não há um remédio para a cura de toda esta enfermidade social. Apenas terapias alternativas! É necessário que cada um faça o que estiver ao seu alcance para tornar o ambiente ao redor, um local digno. Eis apenas uma reflexão para uma melhor educação das crianças, pois sem dúvidas essa é a saída mais eficiente para um Brasil melhor no futuro, a educação! Que confere sabedoria, coragem e discernimento, para a formação de pessoas dignas e com caráter, para fazer justiça e auxiliar a população para um caminho honesto. Absurdo, irreverência ou Brasil? Fica o alerta, o desabafo e a prece por um pais mais justo e humano.