Com os pés fincados no chão e a... Cristina Barros

Com os pés fincados no chão e a cabeça nas nuvens, eu inicio um passeio pela estrada da imaginação. Meus pensamentos percorrem córregos e mares. Correm pelo planeta em busca de compreender a essência de minhas escolhas nem sempre acertado, frequentemente equivocada. Numa velocidade inexplicável, é possível mudar os rumos que os próprios ditados desarrumam contextualizando o cenário que me encaixo. Imagens refletindo os dissabores que na inconstância dos sentimentos acrescentam sabores me fazendo beirar o abismo da desilusão; companheira constante na viagem por estradas solitárias, e, às vezes pegando carona pelos atalhos, me frustrando aos poucos, quase me fazendo desistir da procura pela trilha certa que finalmente me conduzirá de volta ao Caminho. Ainda passeando pelos devaneios do meu “Eu” quase estático, devido à frieza da alma que por culpa do coração insensato deixou-a descoberta a mercê do frio que se faz nas montanhas do incerto percurso, as nuvens parecem aproximar-se mais rapidamente da realidade dos meus conceitos, transportando-me de repente para a lucidez de um ser humano que sempre está procurando a porta de saída da caverna que amordaça o calar do amor sufocado; prensado, negado. Sem perceber muito da realidade que se faz recente, é provável que a probabilidade de encontrar naquele deserto uma canoa para cruzar o lago da tristeza seja quase nula, entretanto, há uma sintonia da razão e emoção que despertam para a mesma direção; vai passar por ali, sem data prevista e horário marcado, o barco que transportará meu ser para o outro lado da civilização sentimental, onde certamente o amor e eu nos encontraremos... Esperar é preciso, pois o amor quer ser amado.