Nós sabemos muito bem que dói amar... Amanda Lemos

Nós sabemos muito bem que dói amar errado, esperar demais, aceitar demais, falar demais e não dizer nada.

Sim, Nós possuímos plena consciência disso.

Mas quem disse que coração fajuto, bobo, tosco, errado, incompleto e mesquinho tem consciência ?
Quem disse que paixão se escolhia e amor era jogo de sorte e azar ?
Quem nos avisou dos riscos que seria se entregar para uma pessoa e esperar um mundo de ilusões em troca ?
Quem pregou em nossa testa que decepção chega quase a rancar um pedaço desse coração tão pequenino e rabugento ?
Quem disse que paixão teria remédio ?
Não.

Não tem, já desfaço essa esperança sufocante.




É inevitável que nessa vida você não se apaixone, nem que seja aquela paixão de colegial, com gostinho de chiclete de menta com pipoca de cinema, e beijo molhado de chuva.
Nem que seja só isso.
Mas gostar de alguém, todo mundo vai acabar gostando.


Amizade não seria uma prova disso ?




Uns até irão encontrar o amor de suas vidas, convenhamos, não direi alma gêmea, pois ainda não acredito.
E quando encontrarem, esses muitos deixarão escapar em um piscar de olhos.


Outros, irão amar e desamar, se é que se pode ser feito.
E se casarão ao final de tudo,
Sem comunhão de bens, inclusive.


Uns poucos irão fechar tanto o coração que a porta vai acabar trocando de fechadura.
Morrerão sós, como vieram ao mundo.


E uns raríssimos.. (ah, desses eu tenho uma inveja nata., )
Estes raríssimos, irão encontrar um amor tão grande e que lhe faz tão bem que, uma vida inteira seria muito pouco para se desfrutar;


Ao final da história , existindo para sempre ou não, eles ficarão juntos.



Acordarão de madrugada só para sentir a presença do outro em uma parte da cama,
tomarão café da manhã juntos como se fosse o primeiro de toda uma vida,
se arriscarão em uma noite de tirar o fôlego.


Haverá brigas, é claro.
Mas nada que dure mais que algumas horas de resmungos e caras fechadas, .


Haverá paz e uma doçura de se querer o bem e propciar o mesmo.


Haverá amor;
Sem pressa, sem pontos, sem vírgulas, sem raiva , sem limites.
Mas sem amor não, por favor.


...Ah meus caros, me deu uma sensação tão estranha de adiantamento que gostaria de sentir esse amor que muitos julgam que sentem.


Deixa ver,.
Fluir.


Barquinho na correnteza, Deus dará.



A grande questão meus caríssimos, é que escrever de algo tão clichê e algo tão basicamente inexplicado, é justamente a dificuldade em transpor as palavras.
É uma vontade esquisita de querer falar bonito e mostrar eloquência,
É querer falar de amor como se eu fosse experiente "a beça " no assunto.
É querer mostrar maestria em um assunto , quando não se tem.

Eu não escrevo na tentativa que meus textos alterem em alguma coisa.
Na verdade, não alteram em nada.
Afinal de contas, não se trata de alterar, se trata de aprender a viver como se está,.
Ajustando os ponteiros, e não trocando o relógio inteiro.
Viver com as armas que se tem.



Por vezes, penso como o amor em si é tão lindo, tão declamado por poetas e cantado por artistas.
Tão inocente, puro, meigo, frágil.
Porém, ao mesmo tempo, causa tanta dor, faz desabar tanto sonho, faz quebrar tantas expectativas, faz decepcionar tanto coração.

O motivo disso tudo acredito que seja a espera.

Esperamos de tudo.


Das pessoas, dos momentos, das cobranças, dos sentimentos, da razão,
de nós mesmos.

Seria diretamente proporcional se dissesse que de tanta espera,um almejar tão grande..., a queda fosse tanta que se reerguer já seria quase um milagre,
se é que acredito mesmo nisso.

Além de tudo isso, não se pode esquecer, em uma ambiguidade,
a espera mata.

Tortura.

Esperamos até um telefonema depois de uma saída casual na madrugada,
Esperamos que anotem nosso número,
esperamos que nos liguem no dia seguinte,
esperamos que não nos esqueçam,
esperamos que se apaixonem em meros segundos,
esperamos ser amados quando não podemos ser.

Esperamos, enfim.

Bom..., ao final de tudo, eu ainda confesso que sobra um pontinho de esperança e um pouquinho de êxtase nesses nossos corações e nesses nossos sentimentos que escapolem rápido.

Claro, não acredito em contos de fadas, nem adianta se animarem.

Acredito que é sempre bom a gente definir para o coração quem é que manda aqui, e saber que amar demais, machuca em dobro.

Pois é.

Vale o risco ?