"Quando somos crianças ensinam-nos... Renata Queirós

"Quando somos crianças ensinam-nos a não desistir. A ter sempre esperança e a sonhar alto. Eu aprendi essas regras e quando me perguntavam se algum dia eu iria desistir de algo eu dizia: “No dia em que eu desistir estarei morta, não por fora, mas por dentro. No dia em que eu desistir podes-me matar porque não haverá mais esperança na minha pessoa. No dia em que eu desistir chama as notícias e os jornais pois eles vão de certeza querer saber que eu desisti. Ninguém no mundo deve desistir pelas coisas, mesmo as mais insignificantes. Nunca. Desistir é das únicas palavras que não tenho no meu dicionário e também não a quero ter. Desistirei quando o Sol não brilhar e quando a Lua rebentar, porque eu penso que isso será impossível. E por isso nunca desistirei de nada, por nada…”
Eu acreditava piamente nestas palavras, em todas as letras… Mas agora não acredito… Eu já Desisti… Estou a Desistir.
Há quem me chame fraca e até mentirosa, mas eu tenho a consciência leve, eu sei que não tenho nada para lutar porque perdi oportunidades, conversas, abraços e beijos e estou a tentar recuperá-los… lentamente quase a passo de caracol.
Desistir… Desisti de palavras amigas, de longas e sinceras conversas, de abraços carinhosos que aqueciam os mais frios dos Invernos e beijos suaves que parecendo que não enchiam todo o meu dia, pois sabia que alguém estaria ali comigo nos piores momentos. Desisti daqueles sonhos que me faziam sorrir, tanto como me faziam chorar. Desisti daquelas gargalhadas e daquelas piadas estúpidas que apenas tu sabes fazer com que sejam divertidas. Desisti de dizer o teu nome. Desisti das lágrimas de felicidade e troquei-as com lágrimas de tristeza. Desisti de lutar por algo que nunca ia existir. Desisti de viver bem e passar a viver muito mal. Desisti de tudo o que eu disse, de tudo o que sempre foram as minhas regras. Parti o meu coração por algo inimaginável e que eu tornava sempre em coisas reais. Desisti de tornar aqueles teus olhares vagos, sem algum significado, em olhares que diziam tudo e mais alguma coisa. Desisti de tentar reparar a nossa amizade sozinha, e fiquei com esperança que tu me viesses ajudar.
Quero-te comigo, há minha beira, ao meu lado, apenas como amigo visto que para algo maior seria impossível. Quero-te aqui à minha beirinha e pertinho de mim… Preciso de ti, das tuas palavras sábias, dos teus carinhos e daquelas vezes em que me fazias sentir única. Quero isso. E quero já! Estou farta de esperar que tu sejas o primeiro. Estou farta, fartinha. Estou farta de desviar o olhar quando olhas para mim. Estou farta de queres dizer-te “olá” e não puder. Estou farta da “zanga” que nenhum dos dois admite. Estou farta de estar presa a alguém que me prendeu sem eu reparar. Estou farta de chorar pela amizade perdida. Estou farta de ter ciúmes quando te vejo com outra rapariga. Estou farta de pensar no futuro e desiludir-me pois o que eu sonho não se torna realidade. Estou farta de pensar em ti, em mim, em Nós. Estou farta de sonhar contigo com outras raparigas (visto que quando eu sonho contigo tu estás sempre com outra rapariga). Estou Farta!
Se tu apenas imaginasses a vontade que eu tenho de te chamar assim bem alto para toda a escola ouvir, correr para ti e dar-te um abraço e ficar tudo como que por magia bem. Assim simplesmente bem. É isso que eu quero… Um final feliz depois de tantos finais infelizes. Eu quero um arco-íris depois da chuva. Eu quero muita coisa mas a coisa que mais quero és tu porque tu és um sempre. És para sempre e quero que estejas sempre comigo, esquecendo as discussões. Quero-te só para mim…"