Demora um certo tempo até que nos... Ana Paula Zandoná

Demora um certo tempo até que nos liguemos de que as promessas de que nunca mais iríamos nos apaixonar eram vãs. Jurávamos que era o último pé-na-bunda, que ia ser o último telefonema e o último cara de nossas vidas. Seríamos independentes; já que somos inteiras, não é? Grande e inútil mentira.
A gente não sabia - ou fingia - que nem todos eram charlatães e cafajestes, nem todos tinham a pretensão de acabar com a gente. Descobrimos, surpreendentemente, que há uma pessoa que supera todas as nossas expectativas, que vai além do que acreditávamos ser amor; pensávamos que tudo tinha de ser como num conto de fadas, romântico e carinhoso, ou seja: perfeito. Mais uma besteira que acumulamos durante a nossa vida. O perfeito não é esbanjar o romantismo pra que todos vejam, é, na interioridade, poder ser quem sempre fomos, pensar e dizer o que queremos, sem ter de criar personagem algum. É, na essencialidade, ter um amigo, num namorado, um cúmplice, um amor; um verossímil significado da felicidade.
É incrível como, depois de desacreditarmos na magnitude do amor, deparamo-nos com uma realidade não tão romântica quanto esperávamos, entretanto, real. Percebemos que, praticamente, se somarmos todos os homens que superam expectativas para cada uma das mulheres, notamos que nenhum sobra para poder ser chamado de cafajeste. Concluindo, então, que os homens não necessariamente não prestam, só não prestam para você. Eles são perfeitos individualmente para cada uma de nós.