A arte de ser sozinha Nenhum mês é... Fabiana Gonçalves

A arte de ser sozinha

Nenhum mês é mais complicado para quem tem um coração solitário que o mês de junho. Para todos os lados que se olha nos deparamos com declarações de amor, casais felizes, beijos apaixonados. Mas como ficam aqueles que ainda não encontraram a sua cara metade?
Confesso que nesses meus quase 27 anos de vida, nunca tive sorte no quesito amor. Sempre me doei a quem não devia, sofri por quem nunca se importou com o que eu sentia, fiz planos com quem queria apenas passar o tempo. Tenho hoje o meu coração remendado e vira e mexe ele é quebrado e quase nunca consigo colá-lo por inteiro. Será que sou pré-destinada a solidão?
Me pego às vezes sonhando com o homem que vai olhar pra mim e me aceitar com sou, que vai gostar dos meus defeitos e achar graça nas minhas perturbações mentais.
Quantas vezes já me perguntei: Por que não eu? Aonde foi que eu errei? As respostas ainda não apareceram.
Mas apesar de tudo, e da dor de mais uma rejeição que sinto neste momento, a maldita esperança ainda vive dentro de mim. Ainda acredito que todos nós temos direito de amar e ser amado, e esse “ todos nós” também incluem a mim.
Não vai ser fácil passar mais um dia 12 sozinha. O ritual vai ser o mesmo: eu, meus cd´s e uma garrafa de vinho, e em cada copo a lembrança de um amor frustrado, mas que eu me dediquei de corpo e alma.
Não me arrependo de viver intensamente, acho até que às vezes sou até exagerada, mas qual a graça de se amar se não for por inteiro?
Pena que eu só ame sozinha...
Mas a vida é assim. Enquanto meu príncipe não aparece, vou escrevendo palavras soltas que acalmam o meu coração solitário, afinal, ser sozinha é uma arte, e quem sabe por essa arte eu me encontro... ou sou encontrada. Mas de uma coisa eu tenho certeza: “ Ainda encontro ohohoh a fórmula, a fórmula do amor...” Se Deus quiser!