GRANDE SÍNTESE DOUTRINÁRIA SOBRE A... MARCELO CAETANO MONTEIRO
GRANDE SÍNTESE DOUTRINÁRIA SOBRE A PARÁBOLA DO BOM PASTOR.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro.
1. Que contém a Parábola do Bom Pastor
A parábola apresenta a distinção entre o verdadeiro pastor e o ladrão. O ladrão não entra pela porta do aprisco; o verdadeiro pastor, sim. As ovelhas reconhecem a voz daquele que as conduz e o seguem. Jesus identifica-se como a porta e como o Bom Pastor, aquele que dá a própria vida pelas ovelhas, em contraste com o mercenário, que foge diante do perigo. A parábola inclui ainda a afirmação decisiva de que há outras ovelhas que devem ser agregadas, formando um único rebanho sob a direção de um único Pastor. (João, 10:1 a 16.)
2. Qual é o sentido desta frase: haverá um rebanho e um Pastor
A expressão aponta para a consumação da obra messiânica: a unificação espiritual da Humanidade sob um único eixo moral. Trata-se da visão profética do Cristo sobre a difusão universal de seu ensino, quando todos os povos alcançarão sintonia de consciência, convergindo para o mesmo ideal ético. O rebanho simboliza a coletividade humana unificada; o Pastor representa o Guia e Modelo estabelecido pelo Pai.
3. Qual foi a resposta de Jesus quando indagado se era o Cristo
Os judeus exigem uma declaração explícita. Jesus responde que já lhes havia dito, mas eles não creram. Suas obras dão testemunho da identidade que proclamava. Acrescenta que eles não creem porque não são de suas ovelhas. Afirma que suas ovelhas reconhecem sua voz, recebem vida imperecível e não podem ser arrebatadas de suas mãos, pois o Pai, maior que todos, lhas confiou. (João, 10:22 a 29.)
4. Como se deu a ressurreição de Lázaro
Lázaro estava morto havia quatro dias quando Jesus chegou a Betânia. Marta declara sua confiança no poder divino. Jesus proclama ser a ressurreição e a vida. Em seguida, comove-se diante do sofrimento de Maria, dirige-se ao sepulcro, manda retirar a pedra e ora ao Pai. Após a prece, ordena: Lázaro, sai para fora. Lázaro retorna à vida e Jesus ordena que o desatem. (João, 11:17 a 44.)
5. A ressurreição de Lázaro provocou alguma reação entre os sacerdotes
Sim. O episódio causou grande inquietação entre os principais sacerdotes e fariseus, que reuniram o Sinédrio. A partir daí, deliberaram que Jesus deveria ser preso e condenado, decretando-se oficialmente sua morte. (João, 11:45 a 57.)
O TOM ESPIRITUAL DA RESSURREIÇÃO DE LÁZARO.
* Obs. Respaldo da Medicina Atual sobre: A catalepsia , é um estado episódico no qual o indivíduo apresenta imobilidade completa e rigidez muscular, mantendo o corpo em posições fixas por algum tempo, variando de minutos a dias, geralmente como manifestação de determinadas patologias.
Sob a ótica doutrinária espírita, a narrativa da ressurreição de Lázaro, registrada no Evangelho de João capítulo 11, não descreve o retorno biológico de um organismo já entregue ao processo natural de decomposição. Trata-se, antes, de um acontecimento de natureza espiritual superior, no qual Jesus reafirma a primazia da vida do espírito sobre a precariedade da matéria. O episódio assume função de ensino moral, demonstrando o poder do Cristo em retirar a alma humana do sepulcro das paixões inferiores e reconduzi-la à vida verdadeira, que é essencialmente espiritual. As ataduras que envolvem Lázaro correspondem às prisões interiores, como o egoísmo e o orgulho, que retardam o avanço da consciência e impedem a plena realização das leis divinas.
PRINCIPAIS EIXOS DOUTRINÁRIOS:
1. A RESSURREIÇÃO COMO ENSINAMENTO MORAL.
O sepulcro representa as regiões obscuras da consciência, onde se acumulam vícios, desvios éticos e a fixação nociva na materialidade. Ali se concentram as causas profundas que obstam o progresso espiritual. As ataduras figuram os impedimentos morais, as paixões e a ignorância que mantêm o espírito em estado de estagnação. Quando Jesus ordena desligai-o, dirige um chamado universal para que a humanidade se liberte dessas cadeias internas e avance na própria elevação moral. A saída de Lázaro após quatro dias expressa o despertar da alma que, adormecida no torpor das imperfeições, é conclamada a retomar sua dignidade e reerguer-se perante a lei divina.
2. A TRANSITORIEDADE DA MORTE.
A doutrina dos Espíritos ensina que a morte constitui um ato de transição. Não representa término, mas mudança de estado. Lázaro não experimentou o desligamento integral do perispírito, condição que permitiu sua reintegração temporária ao corpo físico. O episódio reafirma o princípio fundamental de que a vida prossegue e de que a individualidade espiritual permanece íntegra após a cessação das funções orgânicas.
3. A MENSAGEM DO CRISTO.
Quando Jesus proclama eu sou a ressurreição e a vida e aguarda quatro dias para agir, transmite um ensino direto: a morte física não interrompe a marcha do espírito. Sua ação possui finalidade instrutiva, destinada a fortalecer a confiança na sobrevivência da alma e na legitimidade de sua autoridade moral. A ressurreição de Lázaro torna-se, assim, demonstração da soberania espiritual do Cristo sobre os fenômenos da existência humana.
4. LÁZARO COMO REFERÊNCIA MORAL.
Lázaro converte-se em paradigma daqueles que despertam para as verdades espirituais. Sua saída do túmulo manifesta a renúncia às condições inferiores da existência e a adesão consciente à luz dos ensinamentos de Jesus. Representa o espírito que abandona as sombras do atraso ético para colocar-se a serviço do bem e de sua própria ascensão interior.
5. O CARÁTER ESPIRITUAL DO ATO.
A ciência demonstra a impossibilidade de reanimação de um organismo já em decomposição, e o Espiritismo não se opõe a esse fato. Esclarece, porém, que o acontecimento realizado por Jesus pertence à ordem espiritual quanto aquele quadro de catalepsia. Constitui gesto de amor e autoridade moral, destinado a reafirmar a permanência da alma e a conclamar a humanidade à renovação interior, ensinando que a verdadeira ressurreição é a da consciência que se liberta das imperfeições que a aprisionam.
ANÁLISE COMPLEMENTAR SOBRE A FRASE O BOM PASTOR CONHECE AS SUAS OVELHAS.
A afirmação Eu sou o Bom Pastor e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido (João, 10:14) resume a essência da liderança espiritual segundo a tradição bíblica:
Conhecimento profundo: não se trata de um vínculo superficial, mas de conhecimento interior, moral, consciente.
Cuidado e responsabilidade: o Bom Pastor guia, protege, alimenta e, se necessário, entrega a própria vida pelos seus.
Relação recíproca: há reconhecimento mútuo; as ovelhas conhecem a voz e a autoridade moral do Pastor.
Aplicação atemporal: no campo humano, é imagem clássica para magistrados, educadores, mentores e dirigentes que exercem liderança com zelo, autoridade moral e cuidado individual.
