Há em nós um desejo profundo de sermos... Tatianne Ernesto S. Passaes
Há em nós um desejo profundo de sermos vistos, reconhecidos, aceitos. Esse desejo é humano, legítimo, mas quando se transforma em necessidade constante de aprovação, ele nos aprisiona. Passamos a medir cada palavra, cada gesto, como se estivéssemos diante de um tribunal invisível que decide se somos dignos ou não.
E nesse palco, a insegurança veste máscaras. Negamos a fragilidade, fingimos confiança, mas por dentro trememos diante da possibilidade de rejeição. O elogio se torna alimento, a crítica uma ferida aberta. Vivemos como se o valor pessoal fosse um reflexo nos olhos dos outros, esquecendo que o espelho mais verdadeiro está dentro de nós.
A vida, porém, não foi feita para ser vivida em função da plateia. A autenticidade é um ato de coragem: dizer o que pensamos, sentir o que sentimos, mesmo que não agrade a todos. É nesse espaço de verdade que nasce a liberdade.
Quando aprendemos a nos aprovar, a nos acolher com compaixão, descobrimos que não precisamos da permissão alheia para existir. A crítica deixa de ser sentença, o silêncio deixa de ser ameaça, e o elogio passa a ser apenas um presente — não uma necessidade vital.
A maior vitória é perceber que o valor não está em agradar, mas em ser. Ser inteiro, ser imperfeito, ser humano. E nesse reconhecimento, a aprovação externa perde o poder de nos definir.
Tatianne Ernesto S. Passaes
