AMOR QUE TRANSBORDA NO SILÊNCIO Vivo ao... Adriano Jovita
AMOR QUE TRANSBORDA NO SILÊNCIO
Vivo ao lado de alguém que me chama
pelo nome que o mundo conhece,
cumpro rituais de um amor que repousa,
mas meu peito… esse nunca esquece.
Ele busca outro olhar na distância,
outra voz que não ecoa aqui,
um sorriso que mora na ausência
e insiste em não me deixar partir.
Divido a vida, a mesa, o abraço,
mas o coração, teimoso, não se divide:
segue correndo por caminhos proibidos,
onde a tua lembrança ainda vive.
No toque que recebo, penso no teu,
no beijo que dou, sinto faltar o teu jeito,
e a culpa abre fendas no peito
que só tua presença fecharia, talvez.
Não é desamor o que me habita,
mas um amor que nasceu fora do tempo,
um incêndio que não pedi pra acender,
mas agora que arde… só me resta o silêncio.
E sigo assim, entre o dever e o desejo,
entre o abraço que tenho e o que sonho,
amando em segredo aquilo que nunca tive,
mas que, em mim, já se tornou um reino.
