Enfermagem, cuidar sem aplausos, viver... Simone Carvalho dos Santos

Enfermagem, cuidar sem aplausos, viver sem aumento




A enfermagem grita, mas o eco têm sido o silêncio.


Fomos a linha da frente quando todos recuaram...


E agora, somos a última linha na folha de proventos.


Estamos adoecendo não de vírus, mas de esquecimento.


Cuidamos dos corpos que governam...


Somos as mãos que amparam a vida e acalmam a partida.


Aquelas que trocam fraldas, limpam feridas, e ainda assim


recebem proventos que doem mais doque qualquer ferida.


Enquanto o pais dorme, estamos cuidando dos que respiram


com a ajuda das nossas mãos...


Enquanto as autoridades discursam, estamos trocando curativos,


enxugando lágrimas e sustentando a vida.


Quando a velhice bater á porta dos poderosos...


e a soberba já não servir de abrigo, serão as mãos da enfermagem


que cuidarão das suas feridas, trocarão as suas fraldas frias...


Talvez descubram nesse momento o valor de ser cuidado.


E quando o tempo cobrar a fatura, seremos nós... as mesmas que ignoram...


quem estarão ali, trocando suas fraldas, curando suas feridas...


e mostrando mais uma vez que aprendemos a curar mesmo sem remédios.


Apesar do cansaço, continuamos firmes, mesmo diante de tantas promessas vazias.