Posfácio Filosófico O ponto em que o... Danyyel Elan
Posfácio Filosófico
O ponto em que o ser basta
Há um instante em que o caminhar cessa,
não por desistência,
mas por compreensão.
O buscador compreende que o caminho não leva a lugar algum,
porque o caminho é ele mesmo.
A ascensão, tão almejada, não é um lugar acima —
é o desvelar de um estado interior onde nada mais é necessário.
O filósofo desperto não se ocupa em provar verdades,
nem em convencer consciências.
Ele sabe que a verdade não precisa de defensores,
apenas de presença.
Quando o ser alcança a quietude que outrora buscava no mundo,
tudo se aquieta em torno dele.
Não há mais pressa, nem promessa.
O tempo perde o domínio sobre o que é pleno.
E se, em algum momento, suas palavras tocarem outros corações,
que assim seja —
mas mesmo que não toquem,
a semente já cumpriu seu propósito,
pois floresceu dentro de quem a trazia.
O verdadeiro mestre é aquele que não ensina —
é aquele que é.
E a filosofia, enfim, revela-se não como um campo de estudo,
mas como o estado natural de um espírito que reconheceu sua própria origem.
Assim, o ser se basta.
E o silêncio se faz verbo.