Sem naufragar no abismo das próprias... Alessandro Teodoro

Sem naufragar no abismo das próprias misérias, ninguém conseguiria comemorar o infortúnio de alguém.
Mas, se parar para pensar, essa comemoração revela mais sobre o vazio de quem celebra do que sobre o destino de quem caiu.
É como se a dor alheia funcionasse como anestesia momentânea para a própria carência.
No entanto, a alegria construída sobre a queda do outro é sempre frágil: dura pouco, envenena devagar e nunca preenche.
A verdadeira libertação não está em aplaudir a ruína do outro, mas em resistir ao impulso de medir a própria vida pela infelicidade alheia.