E se eu morrer hoje? Se a vida me fosse... Pollyanna Sthefhany M....

E se eu morrer hoje?


Se a vida me fosse tomada neste exato instante, o que ficaria? O que restaria de mim nos corações que cruzei? Uma ausência silenciosa ou a lembrança de quem soube viver intensamente o milagre de existir?
A morte não avisa, não pede licença. Ela chega como um sopro que apaga a chama. E é justamente por isso que a vida se torna tão preciosa: porque não sabemos o quanto de tempo nos resta.
Talvez eu tenha acreditado que o amanhã sempre viria, que haveria tempo para mais um abraço, mais um perdão, mais um sonho. Mas e se não houver? Que destino dei aos segundos que me foram confiados?
A verdade é que não são os anos que definem uma vida, mas a profundidade dos instantes. A eternidade cabe em um gesto de amor, em um sorriso sincero, em um olhar que toca a alma. É no detalhe que a vida se revela — e é no detalhe que ela pode ser perdida.
Se eu morrer hoje, desejo ter sido inteira. Que eu tenha amado sem reservas, que eu tenha chorado sem medo, que eu tenha sorrido sem pressa. Que eu tenha deixado rastros de luz, ainda que pequenos, nos caminhos por onde passei.
Porque viver não é apenas respirar: é sentir o coração pulsar com a consciência de que cada segundo pode ser o último. É escolher, todos os dias, não adiar o que realmente importa.
Se eu morrer hoje, que a morte me encontre em paz, sabendo que a vida não me escapou — eu a vivi com a intensidade que ela merecia.