Minhas tentativas são fracassos que eu... Márcio Ribeiro

Minhas tentativas são fracassos que eu insisto em repetir.

Eu tentei, “juro” que tentei, na verdade tenho tentando, não ligar, não olhar o telefone, não gritar pelo seu nome.

Eu tento, não ficar tão perto, atento, não deixar de ser nascente, eu durmo, acordo e ainda tento.

Minha vida tem sido assim, fugindo de mim pra que outros encontrem a si, na verdade nada importa, palavras ecoam e se perdem em meio ao vento, o que passo é sofrimento.

Já não sei como estancar tamanha dor, já sei por que não vivo sem amor, sem esse amor. Já não basta minhas lutas, já não saio sem vitórias, faz um tempo, estou aqui, sem algum bônus ou a glória.

Se eu olhar para o passado, não vejo com memórias de alguém que quis assim, ter o coração de histórias, de amor, do grande fim.

Para mim é um tormento, é de dolo, não aguento, só me resta o lamento e eu não sei pra onde vou.

Passam dias, passam lentos, e eu aqui em sofrimento, minha vida eu entrego ao prazer do próprio tempo.

São estrofes, rimas tristes que transbordam aqui dentro, já não vejo mais a ilha, já não saio desde sempre.

Mas, porque não vejo a ilha? Porque nela eu habito, e de dentro é impossível ter que olhar e achar bonito.

Meu presente são de dores, de temores e sem alento, meu futuro é uma tela, que o pintor não fez a tempo.

A minha falta de coragem é morrer num labirinto, lá eu sei, tem uma passagem, mas, por ela eu já não sinto. Já me falta essa vontade, já me foi meus tantos dias, de achar que um romance seria sim minha alegria.

Sobre os contos e de fadas, o felizes para sempre, não foi feito nessa vida, para mim que envelheço.

Tenho escrito muita coisa, tem feito quase nada, desistir parece óbvio, desistir é uma escada, quando desço nada tenho, pra subir, talvez mais tarde.

Passo o tempo corroendo, lindas coisas para mim, mais já olho e lamento por te deixar partir.