Poema - Gaia. Costurei ó criança,... Lemos de Sousa

Poema - Gaia
.
Costurei
ó criança,
Em meu ventre
o teu irmão —
Ele chora
tempestades,
ele arranca
tuas árvores
Toca os galhos
como mãos —
quando o vento
lhe balança,
Traz o raio
e o tufão!
Quem o nina,
nina tarde,
tem a morte
por compadre —
tem o abismo
por canção!
Tem no passo
os nevoeiros,
treme a terra
treme os lagos —
tem os rastos
desordeiros
Como rastos
de vulcão!
Também olha
como as vespas,
come as flores —
boca seca,
Depois bebe
do trovão:
Ele inunda
quando impera,
ele chove,
Desespera —
e faz guerra
por paixão! ( ... )
- Lemos de Sousa
@lemo.sdesousa