Resposta ao Julgamento Silencioso ©... Aline Caira

Resposta ao Julgamento Silencioso
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Muitas vezes, convivemos com pessoas que carregam vícios, falhas e comportamentos que nos ferem — e não é fácil. Não é o que desejamos, não é o que sonhamos, mas, por medo da solidão ou pelo desejo de simplesmente nos sentirmos mulheres, acabamos suportando mais do que deveríamos. A vida, em sua dureza, às vezes nos coloca em encruzilhadas que jamais escolheríamos conscientemente.
A verdade é que, como escreveu o filósofo Arthur Schopenhauer,
“assim como o homem carrega o peso do próprio corpo sem o sentir, mas sente o de qualquer outro corpo que quer mover, também não nota os próprios defeitos e vícios, mas só os dos outros.”
Essa citação descreve perfeitamente como muitos que vivem ao nosso redor ignoram suas falhas, projetando julgamentos nos outros — especialmente em nós, mulheres, que tantas vezes somos silenciadas e cobradas por suportar demais.
Contudo, viver ao lado de alguém desequilibrado não é sinônimo de fraqueza. Pelo contrário: exige uma força interna que poucos compreendem. Aprendemos não por escolha, mas por sobrevivência. Crescemos não porque fomos amadas corretamente, mas porque aprendemos a nos amar em meio ao descaso.
Cada mulher que já conviveu com o peso do vício alheio e ainda assim manteve sua dignidade, carrega consigo a nobreza da resistência. E um dia, quando a dor for vencida, descobrirá que merece algo infinitamente maior: paz, respeito e amor verdadeiro.