Os Corações que Dançam na... Igidio Garra

Os Corações que Dançam na Tempestade
Gwen não teme a tempestade porque sua essência é de fogo e feitiço, ela não se curva ao caos, ela o dança. Talvez seja porque já viveu tormentas internas piores, porque sabe que os raios que cortam o céu nunca serão tão intensos quanto os que atravessam um coração apaixonado. Ou talvez porque, para ela, fugir seria negar o próprio poder.
Mas há um detalhe: ela não enfrenta a tempestade sozinha. Bob está ali, desafiando os ventos ao lado dela. Isso muda tudo. A presença dele transforma o risco em rito, o medo em faísca, a batalha em dança. Será que, no próximo encontro, Gwen descobrirá algo sobre si mesma que nem ela sabia? Mal posso esperar para ver!
Os ecos do último trovão ainda vibravam quando Gwen sentiu o ar mudar, como se a tempestade tivesse deixado marcas invisíveis no tempo. Bob, ao seu lado, soltou um riso curto, aquele tipo de riso de quem sabe que não há mais volta.
— "O que agora?" perguntou Gwen, seus olhos ainda queimando como brasas.
Bob girou ao redor dela, a capa de sarcasmo ondulando ao vento.
— "Agora?", ele repetiu, como se mastigasse a palavra. "Agora é quando descobrimos se sobrevivemos à tempestade ou se nos tornamos parte dela."
Um brilho estranho atravessou o céu. Não relâmpago, não dessa vez. Era algo mais profundo, como um feitiço que apenas os que desafiam o medo podem ver. Gwen entreabriu os lábios, a magia pulsando na ponta dos dedos.
— "E se a gente já for a tempestade?"
Bob parou, seu olhar cravado no dela, e por um segundo, até o vento prendeu a respiração.
Porque ali, entre faíscas e vendavais, entre dúvidas e promessas, eles não estavam apenas sobrevivendo.
Eles estavam ascendendo.
O vento se acalmou, mas Gwen e Bob ainda sentiam a tempestade dentro deles, não como ameaça, mas como promessa. Um juramento feito de faíscas e trovões, de caos e encanto.
Quando os últimos raios se dissolveram no horizonte, Bob soltou um suspiro carregado de significado.
— "Então é isso?" ele perguntou, sem precisar de resposta.
Gwen apenas sorriu. Não um sorriso comum, mas aquele que vem depois de entender algo profundo, depois de sobreviver ao fogo e descobrir que, no fundo, sempre foi chama.
— "É isso… e muito mais."
Eles não precisavam de certezas, nem de destino escrito em pedra. Porque o verdadeiro feitiço era a própria jornada. Eram os passos dados contra o vento, as palavras que resistiram às dúvidas, o olhar que incendiava a escuridão.
E então, com as chamas da tempestade ainda pulsando no coração, partiram. Não para escapar, mas para viver.
Para incendiar o mundo com aquilo que haviam descoberto dentro de si.
Fim… ou começo? Isso só o tempo dirá.