PÁLIDAS PAREDES BRANCAS Quando... Douglas Trindade

PÁLIDAS PAREDES BRANCAS
Quando olhei, pálidas paredes brancas
Tão gélidas que congelavam-me o pudor
Cercavam um pequeno espaço irregular
De um lado o peso do tempo
Intacto e sólido
Do outro, o peso do corpo
Disperso e flácido
E no centro de tudo
O olhar do retirante
Ríspido e desconexo
Acuado pelas pálidas paredes
E pelo esboço de uma era
Que sucumbiu ao veneno das meias verdades
E do riso frouxo e estéril