DESTINO Sou uma simples estrada Como... Marco Antônio Ribeiro Coura

DESTINO

Sou uma simples estrada
Como tantas por aí.
Quantas pessoas passam
Diariamente por mim
Vindo daqui e dali
Seguindo a sua jornada.

E HOJE, NO PERÍODO MATUTINO,
PASSOU POR MIM, APRESSADO,
UM CATIVANTE MENINO.

Alguns andam por aqui bem sossegados
Outros fazem seu percurso, preocupados.
Uns preferem ir sozinhos, caminhando
Outros passam por aqui sempre em bando.

Alguns vêm de bicicleta,
De carro ou motocicleta
Outros passam apinhados
Em ônibus superlotados

Todos cumprem, enfim, sua empreitada
Cruzando por esta velha estrada.

E HOJE, NO PERÍODO VESPERTINO,
PASSOU POR MIM, APRESSADO,
UM CATIVANTE MENINO.

No trajeto há aqueles que namoram,
Tem aqueles que mendigam,
Também aqueles que oram.
Alguns seguem desconfiados
E outros bem-humorados.
Alguns cruzam desatentos
Usando fones de ouvido.
Outros seguem tão festivos,
Fazendo vasto ruído.

É tanta gente diferente!
Alguns vão, mas também voltam...
Outros apenas seguem em frente.

E eu, uma simples estrada,
Inerte e introvertida,
Fico só a observar...
É esta a minha vida.

E AO CHEGAR A ESCURIDÃO
PALPITA O MEU CORAÇÃO:
QUAL HÁ DE SER O DESTINO
DO CATIVANTE MENINO?