⁠Ser pai... Em teoria, é registrar um... Gilton Guma

⁠Ser pai...

Em teoria, é registrar um filho ou filha em seu nome, e em alguns casos até "criá-lo", por obrigação ou até orgulho.

Na prática, é dedicar a vida a outro ser e daquele momento em diante considerá-lo a sua joia mais preciosa, mesmo que isso custe perder a sua própria essência ou afastar quem não acredite nos seus novos objetivos de vida.
É ficar bravo/irritado diariamente e ser desarmado com o amor (muitas das vezes em forma de um simples sorriso, um beijo ou um "desculpe papai, te amo").
É parar no tempo por alguns instantes, observando a felicidade de sua "criação" e então sentir orgulho de si, por ter feito algo tão maravilhoso.
É dividir/abrir mão de tudo que é seu, mesmo que seja algo que tenha muito apreço, e aprender que existem coisas muito mais importantes que os bens materiais.
É preparar-se para despedaçar seu coração e desejar absorver toda a dor de outro ser nos momentos de aflição, e tudo isso sem desabar de tristeza ou cansaço.
É perceber o quanto seu corpo e mente são resilientes quando se tem um objetivo.
É ser duro, na tentativa de educar, mesmo que, por diversas vezes, lhe doa por dentro e até se sinta culpado por isso.
É aprender que na vida, ser adulto é chato demais, e que se divertir com coisas simples e usar a criatividade para fantasiar algo é a melhor coisa do mundo.
E como "bônus", é estar disposto a passar vergonha quando seu filho é sincero e ao mesmo tempo ingênuo/inocente em público.
Enfim, ser pai nunca foi e nunca será fácil, e duvido muito que alguém esteja preparado (mesmo não sendo a sua primeira vez), também independe de raça, crença, posição social, opção sexual ou qualquer outro "rótulo" que a sociedade tenta impor, é simplesmente estar disposto a abrir a sua mente e coração para um turbilhão de emoções das mais variadas intensidades e tipos, é praticamente sentir-se um "Semideus" por ter criado algo tão glorioso, como um filho(a).