⁠[flores] Normalidade nunca foi meu... Ju Alencar

⁠[flores]

Normalidade nunca foi meu forte.
A cafonice que carrego tem começo, meio e fim. Tento ser aquele tipo de cafona que não se permite cair no clichê. Acredito que as histórias — as boas — são feitas de marcas; algo infinito, uma tatuagem definitiva, uma cicatriz, talvez.

Nunca me permiti compreender como alguém se sente especial ganhando um buquê de coisas coloridas e mortas. Talvez para alguns eu seja uma escrota exigente, mas, meu camarada, amo tulipas. Quero ganhá-las? Jamais.

No mundo dos românticos que se acham fofos, especiais e super amantes, mas que não passam de pessoas sem a menor criatividade, senso estético e bom gosto, sou vista como aquele último lactobacilo vivo do Yakult, aquela que se faz impossível de agradar. Ao meu ver, de coração: um pacote de coxinha e uma coca cola gelada, me surpreenderia muito mais.

Para alguns é muito ousado esse conceito — e quem disse que não sou ousada? — de fugir dos clichês como o Diabo foge da cruz.
Sair das linhas retas e passar a caminhar pelas paralelas traz novas sensações e memórias. Às vezes saio de maluca, só porque não sei ser clichê — uma pena.

às pessoas se acostumaram a viver assim, por isso continuam nos mesmos erros, nas mesmas histórias vazias, nos mesmos sentimentos, na mesma vidinha rotineira, na mesma “apaixonite aguda”, sentindo tesão — e, olhe lá — só no sexo e não na vida. Elas não se lembram mais a última vez que foram surpreendidas ou quando morreram de dar risada com algo inusitado.

O medo de conhecer o diferente ainda vai matar os iguais.