⁠*Simplesmente acontece!* Havia um... ANA CLÁUDIA OLIVER

⁠*Simplesmente acontece!* Havia um desejo no ar. Havia uma vontade já declarada, não explícita e não era a primeira intenção. Aliás nunca é, mas sabemos que pod... Frase de ANA CLÁUDIA OLIVER.

⁠*Simplesmente acontece!*

Havia um desejo no ar. Havia uma vontade já declarada, não explícita e não era a primeira intenção. Aliás nunca é, mas sabemos que pode acontecer. E aconteceu.

Quando sentiram o primeiro abraço foi uma explosão de sensações, sentidos, desejos. Algo que não precisava de roteiro e pré-determinações. Não era necessário preocupar-se com nada, pois, naquele momento, era permitido só sentir. E a única coisa era sentir! Sentimentos! Ah, sentimentos! Há quem diga que não sente e não é preciso. Esses que dizem que sentir não é preciso não estão preparados para essa conversa.

A magia acontece no primeiro olhar, olho no olho, aqueles que despem a alma e entram em você e agitam tudo. O estômago revira com borboletas. E ela cruza as pernas mais fortes para fingir que não sentiu. E ele se ajeita na cadeira. Desviam o olhar, ficam desnudos mesmo estando vestidos e sentados em lados opostos da mesa.

O sorriso fica largo e encabulado, mas já não adianta. Ali o sinal foi dado para que ambos avancem e desbravando um ao outro descobrirão sentidos e desejos mútuos. Relaxam e permitem que um veja o outro de forma pura, limpa e absurdamente entregue ao desejo.

O primeiro beijo agita mais ainda, tudo aquilo que, lá no começo, eram conversas, sorrisos e especulações. Agora, explodem em reações físicas e não dá mais para disfarçar. Os olhos estão fechados e a mente não pensa em mais nada, eles beijam como se já tivessem passado por isso. Os beijos são perfeitos e cada mordida nos lábios é perfeita. As mãos percorrem os corpos como uma massagem na alma, na pele e não tem mais porque não se entregar àquele momento.

As mãos vão da nuca aos cabelos. As bocas percorrem o pescoço de ambos. A voz sai mais rouca porque nem é preciso falar, mas sente vontade de expressar. Eles parecem ter ensaiado cada movimento como uma dança alinhada ao que estão sentindo. E não precisam de mais nada naquele momento.

Nada é urgente, eles não querem pressa e nem desejam que a hora passe. Eles querem ficar ali o máximo de tempo possível. Apenas sentindo cada segundo. Ah, sentimentos! O sentido dos sentimentos! A mistura física, biológica, espiritual se unem na dança perfeita. A dança na mais pura energia.

Não precisa explicar nada. Cada um, como em um passe de mágica, sabe onde tocar o outro. A cada toque a reação mútua convida para tocar mais. Ele a vê e ela o vê! Os olhos fixos um no outro, porque não querem perder nenhuma reação sentida! Eles se abraçam como se quisessem fundir os corpos em um só.

As mãos dela nas costas dele e entre os braços e pernas dela está ele. Não! Não é um simples ato de adentrar os orifícios. Não! Nem era preciso. Aliás, nesse nível, não é preciso! Ali, naquele momento, a energia era outra e os corpos estavam liberando tanta endorfina que estavam anestesiados. Cada gota de suor se misturava e escorriam pelos corpos e não precisavam de mais nada!

A sintonia estava perfeita! Eles se tocavam com a boca, com as mãos, com os olhares e as almas! Cada movimento saiu de um ensaio perfeito, que nunca aconteceu, pelo menos, não nessa vida! Após tudo isso a vida foi restabelecida. As vidas estavam encaixadas nos devidos lugares. Eles podem ter dito muito prazer naquela noite, mas suas almas disseram: “Que saudade”!

Ah! Se bateu a curiosidade, saiba que teve reprises e todas na mesma intensidade!