Eu estava ali, imóvel como uma peça em... Nadienone

Eu estava ali, imóvel como uma peça em um museu.
E você chegou como um furacão, com voltas a minha volta, fazendo de mim um alvo, esperando a hora exata de puxar o gatilho.
Eu sempre tive medo da bala, não tocava, mas sempre notava às curvas dos tiros que dava ao meu redor.
Os teus olhos me colocavam em uma galáxia diferente a cada vez que eu olhava para eles.
Teu jeito sem jeito, me tinha pra ti de qualquer de jeito.
De todas às armas que usaram contra nós, a tua lança de adultério, foi a que mais me machucou.
A nossa foto amassada ainda tem a mesma face de felicidade ao me ter do teu lado.
Você não foi uma história, você não foi uma frase, você foi uma poesia de linhas tortas.
Não te culpo por não ter sido fiél, apenas te culpo por não ter me avisado que fui um momento, culpo por não ter falado que fui insuficiente para tua forma de amar, culpo por não ter me deixado escapar das memórias que ainda guardo de nós dois.
"Não tenho palavras para te agradecer pelo nosso pequeno infinito" faz sentido a frase, só não faz sentido eu ainda sentir a dor.
O teu medo nunca era o fim, o teu medo era não ter uma casa dentro de um abraço.
Da tua rosa eu ganhei espinhos, e dos meus olhos caíram pétalas, do que é feito o teu jardim esverdeado? Como seria se você não tivesse atirado?