Acreditar Quando nada mais parece... Gutemberg Nascimento Campos

Acreditar

Quando nada mais parece possível, quando olhamos o solo rachado, notoriamente infértil, perdemos a esperança de que ali brote vida.

Um coração calejado e desacreditado é assim, cria-se uma armadura, uma crosta envolto, como defesa de si mesmo para com o outro, quando deveria ser ao contrário, o nome disso é MEDO.
Nenhum ser normal gosta de sofrer, ainda mais sofrer do vulgo amor. É como se quiséssemos muito tomar um banho de chuva, porém de capa, para não correr o risco de pegar um simples resfriado, afinal de contas, "previnir é melhor do que remediar!"

A nove meses praticamente, uma pessoa acreditou que mesmo com uma aparência disforme, aquele solo árido daria algum fruto, que dalí algo de bom brotaria. Tão logo quietinha na dela, começou a semear, regar, dar carinho e dia após dia, mesmo quase desistindo diversas vezes, lá estava ela nesse processo. Pessoas apareciam, riam, não entendiam o que ela viu ali, nem mesmo o solo acreditava mais em si, estava conformado e com saudades de uma roseira, que ali havia nascido, mas a tempo ja o tinha deixado.

Mas com o passar do tempo, o solo irreconhecível, verde e chamativo, percebeu que não sentia mais falta daquela roseira, pois embora tivesse belas pétalas, tbm possuia espinhos, estes que penetraram fundo na terra e logo ajudaram em sua suposta morte, deu-se conta, que todos os dias, do amanhecer ao anoitecer, das chegadas do sol e principalmente da Lua, sua euforia maior, era quando aquela pessoa insitente e na dela, vinha ao longe continuar a regar, pois no fundo, nada que e belo dura para sempre sem cuidado, amor e carinho.

Este solo infértil, era o meu coração.
Eu mesmo não acreditava mais em mim. Extrapolei, tentei viver uma vida inteira de uma vez, mesmo tendo alguém do meu lado disposta a tudo. Fiquei olhando para trás, sofrendo por algo que ja foi, que passou e não enxergava que quem me regava estava ali do ladinho, quietinha na dela, morrendo de medo também, mas não arredava o pé.

Obrigado por nunca ter desistido de mim, quando eu mesmo já tinha, mesmo diante de todas as dificuldades.
Medo a gente tem, é normal, mas juntos somos fortes o suficiente para enfrentar qualquer problema. Muita coisa ainda vai acontecer, assim é a vida, etapas e barreiras, porém somos maiores que isso.
Sabe porque??
Porque você despetou e mim, algo que nem eu mesmo acreditava que seria possível novamente, O AMOR!

Dedico este texto a "semeadora" Letícia Machado.