No universo do caos Vivo, respiro Brinco... Wesley Avante

No universo do caos
Vivo, respiro
Brinco de ser criança
E finjo ser algo sobre-humano.

De dia tudo em paz,
De noite, vem a pressão.
É mais fácil se distrair em companhia, na luz
Do que ficar sozinho na escuridão.

Na dor, escondo feridas e lamentos
Em meio a moralismos e julgamentos,
Defendendo o ego traiçoeiro
Que protege a criança interior sem zelo.

Na busca de abraços, perdão, amor
A responsabilidade fica toda para o exterior.
Esqueço que para que venham visitas
O lar precisa estar limpo, organizado e de portas bem abertas e vistas.

No universo do caos
Me deparo com minhas sombras
Que é só uma capa grossa
Envolta da criança esquecida

Mudando o padrão da mente
E permitindo acessar a cura
Percebo que a expressão, a arte e a brincadeira
À tona trás a voz da criança até o consciente.

E esse é só o início da jornada.

No universo do caos
Não tenho mais o que temer
Já que há apenas monstros imaginários
Criados pela criança para se defender.

Se dou ouvidos a ela,
Amar, respeitar e agregar à mim esse ser
Trago a luz onde antes era dolorido e demonizado
E permito que o meu mestre interno possa brincar e crescer.

No universo do caos,
Recebo a dádiva de poder me curar
Sou coração, sou espelho, sou humano.
Sou ser divino buscando novamente voar.