Estamos tão imersos a finitude! Cada... Ruisdael Maia

Estamos tão imersos a finitude !
Cada insante é continuamente único ...
E Deus sendo ETERNO e tão Constante .

O Homem em sua natureza humana, é uma criatura conformada, não questiona nem se opõe.
Enqunto o Homem em sua natureza Divina é ilustre
argumentador, questinador.
Questionando sua própria existência comprende que a vida superficial não é o bastante.

Trabalhar tendo Ócio, pra pensar, para descaçar, para mudar, ter tempo para nada fazer é necessário para o trabalho.
Da preguiça como método de trabalho
Mario Quintana
[…]
A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda. Não poderia viajar pelo mundo inteiro.
Conta-se que em fins do século passado, num remoto país do Oriente, a viagem da capital à fronteira levava nada menos que trinta dias, e ainda por cima a lombo de camelo. E sucedeu que um engenheiro britânico ali residente, em nome do progresso, resolveu remediar a coisa.
— Enfim – concluiu ele, após uma audiência com o respectivo xá, ou coisa que o valha – , construindo-se a estrada de ferro de que o país tanto necessita, a viagem até a fronteira poderá ser feita em um só dia!
— Mas – objetou o velho monarca que o ouvira com uma paciência verdadeiramente oriental – o que é que a gente vai fazer dos vinte e nove dias que sobram?!
… E mais confortador das longas viagens de trem são esses burricos pensativos que vemos à beira da estrada e nos poupam assim o trabalho de pensar…
Certa vez abalancei-me a um trabalho intitulado “Preguiça”. Constava do título e de duas belas colunas em branco, com a minha assinatura no fim. Infelizmente não foi aceito pelo supercilioso coordenador da página literária.
Já viram desconfiança igual?
Censurar uma página em branco é o cúmulo da censura.
Em suma: o que prejudica a minha preguiça prejudica o meu trabalho.
Compensação:
Suave preguiça que, do mal querer
E de tolices mil, ao abrigo nos pões…
Por tua causa, quantas más ações
Deixei de cometer!
[Mario Quintana – Editora Nova Aguilar, página 631]


Prefiro pagar para ter tempo, a ser pago pelo meu tempo, o ócio é um patrimônio!