Hoje meu dia começou muito bem. Ao... Joel N. Freire

Hoje meu dia começou muito bem. Ao sairmos pela manhã, no jardim de minha casa, um filhote de passarinho que havia caído do ninho alegrou minha manhã. Concluí que o criador coloca a simplicidade da natureza em nosso caminho logo cedo, para nos mostrar, com pequenas coisas, que a vida pode valer a pena, mesmo diante dos aborrecimentos ou das coisas que nos fazem falta. Quando pararmos com a ansiedade e a correria e começarmos a perceber essas pequenas coisas, então teremos até passarinhos para nos dizer “bom dia”.
Foi então que fiz uma reflexão e aqui compartilho: Os passarinhos não caem do ninho, eles pulam. é tudo ou nada. É um risco que correm, é a busca pela vida própria, é o desejo de ser feliz, de fugir do mau exemplo ou de copiar o que viu de bom nos pais, de voar com as próprias asas, e se manter por si só. Do ninho ao chão é como um penhasco, mas essa iniciativa lhe é peculiar, instintiva e viável, enquanto ele ainda estiver no ninho.
Outro dia até pensei em arranjar alguns pássaros e colocar na varanda pra cantar de manhã, mas desisti quando vi que já tenho isso ao meu redor e quando pensei na gaiola. A gaiola é o maior terror.
Na vida, em algum momento, somos todos passarinhos. A gaiola pode ser uma forma de viver ou um lar sem amor, sem paz ou liberdade, uma prisão, mesmo que ali se ofereça uma sensação de segurança, respeito e proteção, mesmo com todo o alimento e todos os cuidados.
Até certo ponto, o ninho é acolhedor, mas tem hora que entedia. A gaiola prende, e também acomoda, faz esquecer o mundo lá fora. Os que estão de fora, distraídos, alegram a natureza e cantam logo cedo a sinfonia da liberdade e nem se dão conta do quanto são vulneráveis, pois é lá que estão todos os riscos impostos pela natureza. Nesse mundo exterior e misterioso está o penhasco. É ali que tudo começa ou onde se encerram muitos sonhos. Tem muita gente buscando chegar ao topo e cantar um hino de vitória. Outros bem que tentaram e não conseguiram. Alguns outros, voltaram para a gaiola. É no penhasco que o pássaro tem que se arriscar, para aprender a voar.