Esquecimento Já Não sei teu endereço.... Assenav Semog

Esquecimento

Já Não sei teu endereço. Não sei se você vai voltar.
A cada dia, aumenta mais a distância entre nós, eu sei, isso é um velho clichê. Mas é isso o que fica lateando na minha mente, a distância... porque deixamos ela crescer?
Dói, sabia? É difícil saber que estamos cada vez mais distantes, e quem dera se eu estivesse me referindo a distância física... falo sobre quanto que eu sei que teus pensamentos estão caminhando distante de mim, viajando por aí, em algum endereço afastado... ai, isso me quebranta, rasga meu peito, estraçalha de um jeito...
Saber que não faço parte dos teus planos... sabe como isso apunha-la meu ego? Não, não sabe, nem vai saber... porque se soubesse não compreenderia, e ver que você não compreende isso doeria como outra punhalada!
Me finjo de forte... não, não me finjo, eu sou! Bem... não tenho certeza se sou, mas acredito que uma pessoa fraca não aguentaria nem metade do que suportei por causa do que meu coração cismou em manter por você.
Sempre repito aquele verso de Neruda que diz que sendo esquecido, se deve esquecer também, porque o amor é feito espelho tem que ter reflexo. Mas parece que vou precisar repetir Neruda mais algumas vezes, pra ver se entra de uma vez na minha cabeça!
Já que você não vai refletir aquilo que trago guardado no peito, sou eu que vou refletir o tal esquecimento que você me oferece. É... vai ser melhor assim, deixei guardado no peito por você por tanto tempo que acabei até me acostumando com o preço disso: a dor que me causa, mas tá na hora de mudar.
Vou te guardar agora no lugar certo: numa caixinha que jogarei definitivamente em uma das gavetas do esquecimento. É nela que você já deveria estar e, por causa da bagunça na minha mente, estava guardado no lugar errado, mas nada como uma boa faxina! Enfim... acho que de tanto repetir Neruda, aqueles tais versinhos enfim estão alvejando minha cabeça.