A PRIMEIRA TARDE NO PARQUE São quase... Cleyton Fernando

A PRIMEIRA TARDE NO PARQUE

São quase meia noite de um sábado chuvoso e eu não consigo parar de andar pela casa pensando nela. Quando nos vimos pela primeira vez naquela tarde no parque, foi um momento mágico, único e singelo, tudo isso ao mesmo tempo. Começamos a nos falar por acaso e logo bateu aquela empatia gostosa. Você bem tímida e eu muito mais, quase não nos tocamos nesse primeiro encontro. Passamos a tarde toda sentados naquele banco debaixo daquela árvore enorme que mal dava pra ver seu pico. Eu falava olhando pra baixo e quando via que você não estava olhando eu te admirava, até que você se virou de repente e eu, fiquei totalmente sem jeito. Encaramo-nos por alguns minutos sem desviar a atenção pra nenhum lado, e logo em seguida veio aquele sorriso bobo de ambos, após esses sorrisos nos abraçamos e ficamos conversando abraçados. Eu a retirei de meus braços e a envolvi com um beijo inesperado que nem eu mesmo estava programando de fazer tal ação naquele momento. Foi espontâneo, totalmente. Ela me empurrou e disse: - Menino, que foi isso em? E continuamos. Após pararmos de nos beijar, ela perguntou se a partir desse beijo poderia começar algo ou se mudaria algo. Eu ligeiramente respondi: - Já mudou tudo a partir do momento que lhe vi. Ela ficou estagnada e com os olhos arregalados me olhando, logo em seguida me deu um abraço forte e voltamos a conversar. Eram quase 20 horas e o parque já ia fechar. Fomos andando até a saída e chegando lá ela me abraça mais uma vez e me beija. Eu fico surpreso, mas continuo. Fiquei esperando o pai dela vir busca-la, sentamos na calçada em frente ao parque e ficamos admirando a luz do luar e de repente passa uma estrela cadente e do nada os dois ao mesmo tempo falam em um tom meio baixo: - Te quero para sempre. Um olha para o outro com um sorrisão estampado no rosto, ela escora a cabeça no meu ombro e continuamos admirando o luar. O pai dela chega e eu dou boa noite ao senhor e abraço-a e me despeço. Ela vai embora com aquele sorriso maravilhoso e eu? Eu vou andando pelas ruas como uma criança que tivesse acabado de dar seu primeiro beijo. Chego ao ponto de ônibus e logo vem o que eu vou pegar, sento do lado da janela e começo a refletir e cochilo. Fico sonhando com aquele sorriso dela que abrilhanta a maior escuridão existente, e vou cochilando feliz por ela, por mim e por nós.