Egoísta Há em mim um vicio Não... Lua Paraná

Egoísta

Há em mim um vicio
Não consigo abandonar
Por mais que eu tente me esforce
Sempre me pego
Sozinha a te lembrar
Tem dias que até choro (juro!)
De saudade
Mas daqui a pouco dou risada
Lembrando algo que tem em você
O que tem em você
Nenhum outro traz
Me traz alegria, prazer, amor
Me traz paz
Vamos dançar juntinhos de novo
Ao som de algum vinil antigo
Quero sussurrar no seu ouvido
Sonhos de uma manhã de domingo
Sei que tem seus traumas
Eu tenho minhas neuras
Somos dois problemáticos
Cada qual que se amam a sua maneira
Apesar de você nunca isso me falar
Apesar de eu nunca te dizer
Sabemos os dois em silêncio
O que passa entre mim e você

Nos momentos que passamos juntos
Rindo
Discutindo
Conversando
Filosofando
Sonhando
Fora todo esse barulho bom
Os momentos de silêncio sempre nos entregavam
Eles contavam para nós dois o que teimávamos em negar
Foi uma tarde bem chuvosa
O dia que te vir partir
Estava feliz pois você estava voando alto
Era merecedor daquela felicidade particular
E por ser particular ( e por eu entender que tinha que ir)
Você foi e fiquei feliz aqui
Mas agora passa o tempo
Sozinha com meus botões e minhas manias
Vejo que a saudade me faz companhia
Ela sussurra todo tempo coisas sobre ti
Estaria você bem?
Já teria achado alguém para chamar de egoísta? (isso lá era apelido?)
Jamais aceitei admitir
Nem tampouco você
Somos mundos diferentes
Água calma
Água corrente

Como isso poderia dar certo?
Não daria
Não daria
Daria?
A água do rio, a água do mar
A saudade sussurrou algumas coisas agora aqui