Ingênuo é o coração Como resistir,... Luiz Eduardo T. Branco

Ingênuo é o coração

Como resistir, esse pequeno pedaço de carne, a essa poderosa força.
Como ensiná-lo a lidar com a dor lancinante (e dói) da não retribuição daquilo que é doado com tanto carinho ou da indiferença e até do desprezo.
Pequeno pedaço de carne. Pequeno mais gigante. Capaz de bombear não só sangue, mas o mais poderoso dos sentimentos (ou mais poderosos, como queira).
Como mostrar a ele: Olha! Esquece isso. Não vale a pena. A fila andou. Não vai porque você vai se machucar.......não vai porque você vai se machucar.......não vai porque você vai se machucar.........não vai porque você vai se machucar......................
Só que ele tem vontade própria. Costuma não ouvir conselhos e, apesar de já ter visto acontecer, ainda é ingênuo e inexperiente..... e pensa:
- Isso!!!! Ora!!! Isso nunca vai acontecer comigo.
Ledo engano meu caro.
A ironia do destino é implacável e parece que tem na mira um laser de precisão que busca e acerta em cheio o mais desprevenido.
E a solução?
Torná-lo duro e insensível. Manter distância daqueles que tentam se aproximar.
Estabelecer somente relacionamentos impessoais. Um eterno “sarau ruidoso”.
Bem. São soluções.
Mas somente para aqueles que não têm a coragem de se doar, de arriscar, mergulhar fundo, de corpo e de alma.
Isso geralmente acontece com quem já foi ferido e não encontra a saída para esse labirinto de dor, mesmo que ela esteja a milímetros de distância.
O coração é assim. Tem dessas coisas. Extremos, té de loucuras é capaz.
Insensato, audaz, corajoso. Estes deveriam ser seus adjetivos e ao lado deles deveriam estar seus pares.
O coração tem sobrevida. Só depende de nós (querermos) ressuscitá-lo.
O meu tem. E eu não tenho nenhum medo, ou vergonha, ou sei lá o que, de dizer o que ele tá sentindo.
Seria negar a minha existência. Já imaginou isso?!!
O recíproco, se não quiser, é que não vai ter.
Mas o meu tá aqui. Ressuscitado e na pressão. Aguardando seu par.