ATO Trêmula, minha respiração se... Gabriel Henrique Peixe

ATO

Trêmula, minha respiração se eleva,
Feito preces que ao céu se vão
Sinto o pulsar do meu coração
Pela calmaria que teu mar me leva.

Translúcido coro meu rosto
Ao ver o sorriso tímido, teu,
Tambores batem o peito meu
Enquanto imagino o amanhã de meu gosto

Atravesso o olhar do horizonte a ti
Por ventura teus olhos se encontram aos meus
Sinto a candura vinda de Deus
Como se o mudo estivesse a sorrir

Meus passos se deslocam à frente
Feito a queda de incandescentes trovões
Encurto a distância dos dois corações
E quase tornam um só presente

Um frio na barriga eu sinto,
Como estar descendo a roda gigante
Somos agora um som dissonante
Silenciamos o mundo, que é labirinto,

Do paraíso meu ser se entorpece
Ao sentir o teu ser eu meu peito
Faz descompasso em meu ar rarefeito
Quando sussurro ao céu minha prece

Juntamente atados feito nó
Em seu ombro, minha cabeça, descanso,
Nas incertezas da vida me lanço
Na certeza que somos um só

Somos então um perfeito laço
Entrelaçados, mas apenas um só!
Percebi então que nada é melhor,
Que se entrelaçar em um abraço.
E que não há como soltar o braço
Quando o abraço te deixa maior!