Sempre linda, sorridente, de um alto... Matheus Nogueira

Sempre linda, sorridente, de um alto astral e um bom humor, com uma alegria contagiante, vivendo da forma que lhe convém, seguindo todos aqueles padrões da sociedade, mas nunca vivendo da forma que realmente queria viver. Repleta de de pessoas a sua volta, sempre em família, com boas amizades e ótimas companhias. Não perdia seu tempo e não se prendia, só se prendia a vida. Sempre livre, em festa com as melhores amigas, embrulhada pelo mais belo dos vestidos pretos, em cima daquele salto 15, com o mais fascinante dos sorrisos, e os olhares mais hipnotizantes já vistos por toda a vida. Todas rindo, bebendo, dançando, cantando e encantando por onde passam, deixando para trás tudo o que lhe aflige e lhe tira a paz que todas essas coisas trás. Vivendo na rotina, de acordar todos os dias às 5 da manhã, com a cara amassada, sempre com uma xícara de café com muita preguiça e ainda desacordada, com aquela farda escolar, e vestida com o umais lindo jeans de todo o teu guarda-roupas, ressaltando as curvas daquele lindo corpo. Levando na bagagem todo o caos que há em si, toda a angústia, toda a confusão causada por uma paixão insegura, frágil e imatura, muito pouco correspondida, mas muito bem sentida, com todas as emoções à flor da pele, todos os instintos do amor na forma mais apurada possível, amor compartilhado com quem não se pode compartilhar todas as mágoas, angústias e feridas, amor apoiado em uma outra pessoa, em uma outra amizade, amizade essa que cujo papel é ouvir a todo momento, coisas de um relacionamento do qual não lhe convém, ouvir desabafos, e pedidos de socorro. Sempre que chora se entrega ao ombro amigo, da pessoa que mais te quer o bem e o amor que não se pode ter, fazia dele um ventilador e jogava toda a merda acumulada dessa paixão que não é nada recíproca. E é claro, que, como melhor amigo, tirava de si os melhores conselhos e fazia de seus braços o teu melhor abrigo, em momentos de aflição e solidão, quando ela já se via sem ninguém e oprimida por não poder recorrer a quem tanto queria. Pra ele nunca eram bons momentos nunca foi, vê-la assim dessa maneira, aos prantos, com aquele olhar todo borrado e o sorriso mais lindo do mundo quebrado, era a pior coisa do mundo que ele poderia ter visto. O amor da sua vida aos prantos, chorando feito criança após o primeiro tombo quando estão aprendendo a andar de bicicleta, o amor da vida dele, chorando, e por "amor"... "O que fazer? O que falar? Será que devo ir ou ficar, acolher ou renegar" era só isso que pensava, quando se encontrava nessa situação, amando, alguém que só lhe enxerga da maneira mais amigável possível, alguém que ele sabe que nunca terá ali em seus braços pra ti e só por ti, e não aos prantos por conta de um outro amor. O mais pesado de todos os fardos agora estava em suas costas, o fardo do amor não correspondido. Amor que ao mesmo tempo que cresce, corroe tudo o que há por dentro, matando-o pouco a pouco.