AZUL, é com efeito a minha cor... Pamarepe

AZUL, é com efeito a minha cor predilecta, ainda que, não menosprezando uma certa atracção pelo vermelho.
Ah, mas o AZUL!…Essa inebriante cor celestial preenche-me de todo; a ela recorro concomitantemente, muitas vezes sem dar conta, quando me abstraio do que quer que seja que me rodeie nesses momentos. E como é bom quando isso acontece!…E quando acontece, significa geralmente que me ausentei para outras paragens, ainda que reflexivas.
Não!…Não significa que esteja angustiada, triste, nostálgica ou deprimida. – NADA DISSO! Significa, isso sim, que a minha mente, momentaneamente é transportada para DOCES E TERNAS LEMBRANÇAS que integram o meu percurso existencial.
– Mas sabem o mais caricato? Nem sempre essas DOCES E TERNAS LEMBRANÇAS corresponderam a ALGO de BOM, que é como quem diz: nem sempre tiveram um FINAL FELIZ, pois algumas delas vieram a traduzir-se em PERDAS, com acutilantes dores inicialmente…
Ainda assim e apesar do desfecho final, proporcionaram no seu decurso momentos de grande FELICIDADE, inesquecíveis de todo e, estrategicamente, é nesses mesmos que penso, colmatando assim a negatividade subjacente às PERDAS… por isso mesmo, atribuo a essas tais Doces e Ternas Lembranças uma significância relevante metaforicamente falando, análoga ao AZUL…O MEU AZUL QUE ME INEBRIA A ALMA!
– Parece algo complicado de gerir do ponto de vista emocional, não? – Pergunto eu!
Não digo que não…dependerá da visão de cada um per si relativamente à própria vida, à forma como a veem e vivem o seu AZUL.
E para mim, o meu AZUL é uma multiplicidade de “coisas”:
A cumplicidade afectiva que tenho para com os que amo e que me amam; o sorriso estonteante de uma criança; o olhar confiante de um doente que cuido; a ternura mútua de um casal idoso inseparável desde sempre; um “amo-te!”; um “amei-te imenso!”; um “perdoa-me!”; um “é melhor assim para ambos!”; um “até sempre, mas tenho que ir!”; e até um silêncio incompreensível de todo!… … Ah! E uma paisagem…uma magnífica paisagem contextualizada num AZUL INEBRIANTE, de noite ou de dia, no mar, no rio ou em terra, mas de preferência em terras lusas. Sim! Porque inequivocamente temos a benesse de termos lindas e maravilhosas paisagens por este nosso Portugal fora!…
E de repente veio-me à ideia um aprazível passeio que fiz, não há muito tempo, por terras do nosso Douro, mais concretamente, até ao Pinhão, no qual tive a oportunidade de me deleitar com as suas inigualáveis encostas e o rio que as “abraça” debaixo de um céu azul divinal.
Enfim…”momentos AZUIS” que perdurarão na memória e que deixaram saudade.
Este é, com efeito, o MEU AZUL! E esta sou eu! Uma eterna sonhadora, pela vida, apaixonada!…