Não me pare agora Não! Não me pare... Ricardo Silveira

Não me pare agora

Não!
Não me pare agora...
Por favor, meu bem
Não me interrompa!
Não interrompa este instante, que é finito.

Com falsas promessas
Promessas que estão bem aquém
De você, ou, de mim mesmo
Deixe que o último laço se rompa
Deixe que o derradeiro suspiro seja dado
Por este corpo maldito
Libertando esta alma já perdida
Já em trevas


Não!
Não me pare agora...
Por favor, meu bem
Não “pense”, não “tente”
Salvar-me nesta hora
Será apenas mais uma desilusão
Já não há mais tempo
Mais tempo para mim, ou
Para nenhum de nós

Não!
Não me pare agora...
Por favor, meu bem
Tam pouco se arrependa
Na vida não há contenda
Pior que a solidão
Apenas estou me alforriando
Desse longo penar
Desse sofrer sem razão
Dessa ilusão que um dia conheci
“Amar”

Não!
Não me pare agora...
Por favor, meu bem
Agora posso ir
Sem me preocupar, ou
Sem mais ter de suportar
A dor de todas as manhãs
Ti ver em fotos ao meu lado
Sem que minhas mãos possam
Sem que meus dedos possam
Te alcançar
Te tocar

Agora posso ir...
Com um sorriso no rosto
Com a certeza de não mais sofrer!