Nós, os superiores (líderes, chefes,... Helma Aguiar

Nós, os superiores (líderes, chefes, políticos, palestrantes, professores, pastores, padres, 'príncipes', 'princesas' e por aí vai) no alto de uma montanha chamada certeza, inspiramos confiantes nossos pensamentos e ideais, confortáveis pelo prazer de calar o mundo ao sopro das nossas verdades. Um ar puxado de um nível acima, que devolvido ao ambiente, gera um mover de desafetos, desentendimentos e desencontros.

Nós fugimos pra torre mais alta, tentando esconder nossa culpa, nossa baixa auto-estima, insegurança, erros passados. De forma inconsciente, nos sentindo ameaçados, reagimos fugindo para este lugar intocável.

Atras da máscara da importância, da decisão e munidos de bons argumentos ou mergulhados em devaneios, nós os soberbos, tentamos dominar os inferiores, como num extinto de sobrevivência.

O que nos faria descer ou cair da torre?
Caí quando amei. Quando dei mais importância ao outro do que aos meus critérios, certezas e argumentos. Quando abri os olhos e vi a pessoa que amo, vi o que sempre considerei errado, inaceitável, intolerável e mesmo assim percebi que amava. Do lugar onde eu estava eu não podia ver ninguém além de mim. Meus medos, meus planos, minhas idéias, meu mundo.

Eu vi que estava perdendo muito com minha postura e que já não podia carregar o peso de transparecer a perfeição e a santidade. Por constatar meus erros e inseguranças escondidas, percebo que não sou imune, e estou aprendendo a permitir.