16/10/2014 -14:05 hs. Solito aqui no... Sérgio o Cancioneiro

16/10/2014 -14:05 hs.
Solito aqui no galpão...
Atiço um fogo de chão...
E cevo um bom chimarrão...
A canha exita a inspiração...
E de vereda pego o violão...
Sem rodeios faço uma canção...
Sentimentos nobres da emoção...
Que brotam do meu coração...
Alívio para a alma que chora...
Lembrando de quando eu vim embora...
Enquanto a chuva mansa cai lá fora...
Do meu lado o cusco sentadito cochilando...
O cavalo deu uma olhada, mas continuou pastando...
O galo velho carijó se aprochegou cantando...
Quando a angústia o meu peito aperta...
Até os bichos entendem, e ficam alerta...
E o meu galo canta de goela aberta...
O cavalo chega mais perto e dá um relincho...
Me emociona o sentimento dos bichos...
Meu cusco com carinho late no capricho...
Vendo que seu dono está muito aflito...
Entendendo que dentro de mim há um conflito...
Mas de tudo o que eu acho mais bonito...
Mesmo nesta solidão aqui no meu cantinho...
Eu tenho amor parceria, atenção e carinho...
Meu Cavalo, cusco e o galo não me deixam sozinho...
A noite chega e cada um para o seu canto...
A noite é longa, e eles nunca verão o meu pranto...
Pela manhã uma festa que fazem quando me levanto...
E assim vou levando minha vida de gaudério...
De pago em pago não levando nada a sério...
Quando chegar o meu fim levarei segredos e mistérios...
E com certeza alguém me levará uma flor no cemitério.