CONSUMISMO Pobre mundo consumista, de... Cássio Jônatas

CONSUMISMO

Pobre mundo consumista, de indivíduos sadistas, que para lucrar, escravizam! E tornam-se escravos do próprio modo de vida, dos fetiches que preenchem seus egos. Cegos, só enxergam o próprio nariz empinado. E nada fazem para alimentar o nada. E nadam, nadam... esperançosos nesse nesse mar de ilusão. Constroem a riqueza em detrimento à miséria dos restos do mundo. Aqueles com sorrisos indigestos, que mendigam, que assaltam, que roubam, que matam e comem os restos. Aqueles atados a um gene maldito que os trouxeram ao mundo, que nasceram chorando lágrimas e vivem chorando sangue. E não têm escolha, colhem aquilo que não plantaram, afinal não têm o que plantar.

A contraposição é infinda. Enquanto uns desfilam de carro e regam-se com vinho importado, outros desmiolados mendigam miolos de pão. Em vãs lutas que não mudam o mundo, mas preponderantes para a sua sobrevivência. E isto é o que lhes resta, já que não sabem o que é viver. Sem ter acesso à educação que possibilite alcançar a tão sonhada riqueza vendida na tv, nos jornais, nos outdoors etc, os injustiçados fazem a justiça com as próprias mãos. Com a frieza que lhes foi herdada, que lhes foi transmitida. Sentidos, esquálidos... buscam um sentido para a vida, querem ser alguém, ter a roupa do artista famoso, o relógio da propaganda. Querem esquecer as marcas do seu passado inglório e usar a marca que o valoriza, que o torna gente, que o torna visível.

Mas tudo é tão irrisível... Assim como os "burgueses", os ingênuos "proletários" compram ilusão, pensam estar no paraíso e acham que fugiram do inferno. Só acham, pois o fogo continua ardendo e queimando muitas vidas. Pois é assim que funciona o sistema, uns morrem de fome, outros morrem assassinados. É a sina, não há escolha! São idas e vindas, sepultamentos e nascimentos, que não mudarão esse calabouço habitado por um mar de chamas quase apagadas. Esse mar dos ricos pobres e pobres ricos, dos sôfregos e sofridos arremedos. Todos afogados em medos e trancafiados numa janela, onde o raio de luz não traspassa e o pensar é prensado.