Medo, Mudanças e Desejo “Quero nutrir... Paula Helluska

Medo, Mudanças e Desejo
“Quero nutrir meu corpo de gestos, nutrir minha mente com passagens de juventude, quero limpar meu semblante de maturidade.
Quero colocar meu olhar para horizonte e enxergar apenas mudanças , deleitar me de curiosidades. Quero nutrir meu corpo de oportunidades aproveitadas, e encher a mente de pensamentos bons.
Quero construir não só um futuro, mas uma vida, não no hoje ou no amanha, mas por longas manhãs de sol e lindas tardes de chuva. Talvez seja na tristeza que encontramos as melhores saídas, talvez seja nas crises que nos inventamos. A surpresa chega a qualquer momento.
Não quero saber quem você é, ou de onde veio. Só preciso saber que já foi e isso basta, são mornas as lagrimas, são dolorosas as palavras, mas o vento as leva, o tempo as deixa no vazio. Antes o que era sonhos agora são ações. Preciso ter em mim a gratidão da mudança, a prova que tudo sempre se organiza com a lei do universo.
Sempre iremos ter parte de nós com os outros, o jeito é aprender a lidar com isso, sempre ouviremos juras, e confissões, mas sempre estaremos só. Ledo engano acreditar que mais dia ou menos dia pessoas irão deixar conosco parte delas, e talvez compartilhemos com elas o desejo de um afago, e tudo estará bem. Só acredito no passado, só acredito nas coisas quando elas se concretizam. Não dá pra viver de incertezas e futuros.
O futuro não traz só o medo, ele traz a mudança e é no futuro que mudamos, é gradativo as evoluções, e só chegando ao futuro para que nossas frustrações aconteçam. Por isso quero nutrir minha alma de mim. Quero realizar cada pensamento, quero fazer por mim o que ninguém pode fazer. Quero olhar pra frente e ver que meus esforços estão dando certo. Acreditar que cada renuncia me levou a idealização.
Não é pelo conforto da estabilidade, é pela individualidade, pela solidão transformada em aconchego, é por todas dificuldades transformadas em agradecimento. É por cada experiência que vivemos que queremos viver mais.
É por deixar de aceitar que as coisas como são, que quero nutrir de zelos minhas fragilidades, é por pensar pouco que preciso agir mais. Sair construindo um talvez, quem sabe, e colocando mais sim e menos não por onde vou passando. Sendo mais clara, mais objetiva. É por querer tanto tantas coisas, que a ordem precisa fazer seu papel e impor prioridades. Só posso ser eu amanhã se fizer o hoje diferente.
Não é pela duvida e pela decepção é por querer cuidar dos fragmentos mais delicados que estarei colocando as partes fortes expostas, pois elas conseguem deteriorar sem estragar as estruturas principais. Quero me cobrir de palavras e encher meus olhos de sonhos e vagar pela realidade sem fim. Não por um novo amanhã, mas por poder fazer diferente muitos amanhãs”.