Equilíbrio Estava aqui neste exato... Rozilda Euzebio Costa

Equilíbrio

Estava aqui neste exato momento espalhando pensamentos pelo ar. Alguns eu soprei para longe e já foram levados pelo vento pra algum lugar deste mundo de meu Deus. Outros foram pousar no coração de alguém e talvez construir morada. Já outros pairaram sobre minha cabeça e, rodopiando, rodopiando, me trouxeram a seguinte reflexão:

Já tentou caminhar em uma corda bamba, ou nos meios-fios das calçadas?

Quando estamos caminhando por uma base estreita acima do chão, se olharmos para baixo, nós perdemos o equilíbrio do nosso corpo e caímos, mas se olharmos para frente em linha reta, nós conseguimos manter o equilíbrio.

O que nos orienta se estamos pisando corretamente na base são os nossos reflexos. O fato de algumas vezes cairmos, é porque deixamos de olhar para frente, tiramos a atenção da nossa direção e da nossa meta exatamente no momento em que voltamos nossa atenção para o chão. Basta observar os malabaristas caminhando sobre uma corda bamba; eles olham para frente, e jamais para o chão, pois se fizerem isso, perderão seu equilíbrio! Olhar para os lados nos deixa desorientados, mas olhar do alto para o chão enquanto se caminha por uma faixa estreita é fatal, perdemos de imediato o equilíbrio e caímos!

A mesma situação ocorre com a nossa vida, perdemos o nosso equilíbrio interior e a capacidade de manter a nossa meta de vida cada vez que olhamos para trás, para o nosso passado. Trazemos dele os reflexos de uma energia muito forte! Uma energia que nós mesmos geramos e carregamos conosco ao longo da nossa vida, porque o passado é parte da nossa história e reflete em nós, aquilo que somos hoje.

O passado possui uma energia muito forte e não podemos deixar esta energia nos puxar para trás, ela deve servir apenas como reflexo para nos auxiliar em novas experiências.

Este reflexo que trazemos conosco do nosso passado deve ser considerado como um alerta que podemos utilizar para construir um presente melhor e um futuro mais equilibrado, não devemos jamais, nos prender a ele, porque isso provocará o retardamento da nossa caminhada, ou mesmo, uma queda que nos deixará feridas profundas na alma. Não podemos permitir que estes reflexos acorrentem-nos em sua origem, lá atrás, no tempo em que nossas ações foram produzidas.

Se o passado prender a nossa atenção, é provável que vamos perder o equilíbrio nas cordas bambas da nossa vida, nas faixas estreitas do nosso dia-a-dia, e certamente vamos cair, e a direção da nossa vida será abalada, nos sentiremos perdidos, sem a mínima condição de progredir e de alcançar a evolução do nosso espírito.