Eu tinha 17, e ele 32. Ele era formado,... Cristiane Alves

Eu tinha 17, e ele 32. Ele era formado, e eu ainda fazendo meus cursinhos. Ele tinha sua casa, e eu morando e vivendo do sustento dos meus pais. Ele tinha sua própria vida, super independente por sinal. Já ia pra segunda faculdade se quisesse. A terceira se pudesse. A quarta se preferir. Enquanto eu ainda tinha planos, sonhos, de uma adolescente qualquer. Tão incertos quanto meu amor por ele. Sabe, eu sempre fui assim. Incerta. Não. Eu nunca sei quando é amor. Porque no início eu me apaixono, eu amo, eu me entrego, eu me dou. Posso acreditar nas suas promessas de amor eterno, de viagens por toda a vida. De andar de bicicleta, de skate, surfar, rir, e enfim, eu posso, posso acreditar na sua oferta de felicidade. Mas cara, queira ser um homem e cumprir com o que diz. Porque sou jovem. Sou bobinha pra algumas coisas. As vezes penso com os pés fora do chão. Mas não, nem pense em brincar comigo. Idade não significa nada. Eu posso não ter, casa própria, vida própria, dinheiro próprio. Mas amor próprio, eu tenho, e vou te falar, não é pouco não.