“Quantas vezes eu quis que tudo fosse... Amanda Drielly

“Quantas vezes eu quis que tudo fosse perfeito? Quantas vezes eu quis que todo mundo o tempo todo se importasse comigo e com minha personalidade melodramática que aparece de vez em quando? Quantas eu vezes eu desejei fechar os olhos e logo ao abrir ver que o mundo é um lugar perfeito, e as pessoas não erram? Quantas vezes eu quis acordar em um belo dia e ver que todos os meus sonhos se tornaram reais? Quantas vezes eu chorei porque fulaninho me ignorou? Quantas vezes eu chorei porque eu queria me sentir acolhida por gente que na verdade não merecia minha companhia? Quantas e quantas vezes eu chorei quando fui dormir? Quantas vezes eu chorei porque eu sou boba mesmo e choro por tudo? Quantas vezes eu só desejei que tudo e todos conspirassem ao meu favor? Quantas vezes eu quis dar um sorriso verdadeiro naquele dia péssimo? Quantas vezes eu quis ser notada? Quantas vezes eu me senti sozinha no meio de uma multidão? Quantas, quantas e quantas vezes? Foram muitas. Mas sabe o que eu aprendi no meio as tantas suposições banais que criei dentro da minha mente? As coisas não vão acontecer do meu jeito só porque é a minha vontade. Ela não vai prevalecer sempre, na verdade, quase nunca. Aprendi que no meio das dezenas de pessoas que me cercam, vai ser difícil encontrar alguma que atenda as minhas vontades melosas e dramáticas. Aprendi que não devo ficar me lamentando pelo que não aconteceu. Aprendi que não devo exigir amor, carinho e atenção de ninguém. Quem quer amar e dar atenção faz isso espontaneamente, sem imposições. Aprendi, enfim, que nunca vou me encontrar em um estado emocional perfeitamente equilibrado a ponto de não chorar e não sentir dor. Aprendi a aceitar esse meu jeito dramático demais. Carente demais. Chorão demais. Eu demais. Muito eu. Isso.”