Ele tinha aquele misto no olhar quase... Leone

Ele tinha aquele misto no olhar quase indecifrável,
tinha no som das palavras tudo que faria você sonhar;
tinha no olhar uma confiança de que era tudo o que você necessitava para ser plena e infinitamente feliz.
Tinha nos lábios uma coisa envolvente, quase assassina, que fazia você desejar beijá-lo loucamente.
Tinha algo em seu corpo que fazia você desejar entregar-se a ele;
E isso tudo assustava bastante, esse secreto poder que ele trazia no seu ser.
Mas, ah, tinha algo de maravilhoso nisso tudo.
Era um sentimento que sufocava, mas um sufoco tão bom.
Quando ele cruzava as mãos e caminhava calmamente até você, mantendo contato visual direto, ele nem piscava. Ele te amendrontava de uma forma caliente só pra ver até onde você aguentaria, ah, grande filho da mãe! Sempre soube que eu sou falha, que aos teus encantos, Romeu, esta pobre Julieta não reluta!
Ao meu Romeu, sem culpa, sempre fui muito entregue. Fui dele sem ter consciência disso. E de arrependimento não padeço, pois sei que nunca fiz algo de errado em relação ao nosso amor.
Meu Romeu. Romeu de olhos brincalhões, cabelos loiros e mãos fortes.
De pele branca, lábios bons o bastante pra fazer viajar no êxtase a novata Julieta.
Não sei se me atrevo a dizer que Romeu me tem a todo momento, mas ele sabe que em momento integral, eu sou dele. Mesmo que negue, que fuja, que queira me soltar da prisão dos braços dele em torno de mim, ele não solta. Não solta porque sabe que não quero que solte, não quero por motivos óbvios. Para quê? Sair da minha fortaleza, de onde esqueço meus problemas, onde somos só nos, naquele momento íntimo, onde apenas existe eu e ele, ele e eu, homem e mulher, Julieta e Romeu.
O toque de tuas mãos, Romeu, desperta em mim o mais viçoso sentimento;
Teu cheiro sempre teima em ficar em mim, por mais que eu use perfumes, no fim da noite, é o teu cheiro, Romeu, que teima em ficar na minhas vestes.
E ah, Romeu, as noites.
Noites por aí, olhando estrelas, conversando coisas futéis, ficar abobada olhando minha mão entrelaçada na tua, e depois querer chorar quando me trazes em casa.
Quando vejo que amanhã não te terei, Romeu, e conto com a incerteza do destino pra te ver de novo.
E te amo, Romeu, e como amo. Amo com a força e a intensidade de uma super-nova! Quero que saibas, Romeu, te digo em deleite, que meu sentimento por você é a coisa mais magnânima que já senti, a flor mais delicada que já brotou no mundo. Uma rosa entre pedras, lembra?

Tua, única e eternamente tua, Julieta Capuleto