Acendo meu último cigarro,... Karime Cury

Acendo meu último cigarro, vagarosamente. Como se meu corpo estivesse trépido, paralizado... Voltando a mão para os meus olhos, esfregando-os, como se quisesse ... Frase de Karime Cury.

Acendo meu último cigarro, vagarosamente. Como se meu corpo estivesse trépido, paralizado... Voltando a mão para os meus olhos, esfregando-os, como se quisesse acordar de um sonho. E espremendo o vento nas minhas mãos, agora frias, culpo o tempo da minha impotência imbecil. E a minha boca, agora amargamente, declama versos, vindos de um poeta esmerando êxito. Rogando a minha quase loucura que se solidifique para sempre. Mas seria loucura desejar tanto assim? Como quando uma criança descobre que os balões entre seus dedos, podem voar.
Pequenos detalhes rodeiam minha lembrança, agora mastigada de agonia. Eu olho para a lua mais alguns instantes, incansávelmente. Como se ela fosse a única que decifrasse meus desejos... Retorno ao meu quarto vazio, e tento adormecer novamente. Com a esperança de que amanhã, novas expectativas me façam retomar o rumo.