Foi Deus que fez o Vento

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Não me entristece, não me aborrece, não me tira o sono. Passa por mim. Mas, não me atravessa. Foi-se o tempo. E foi-se o tempo faz tempo.

E você foi o acerto na minha hora incerta de me apaixonar.

Hoje eu acordei com sono e sem vontade de acordar
o meu amor foi embora e só deixou pra mim
um bilhetinho todo azul com seus garranchos
Que dizia assim "Chuchu vou me mandar!"
é eu vou pra Bahia (pra bahia) talvez volte qualquer dia
o certo é que eu tô vivendo eu tô tentando Uuu!!!
Nosso amor, foi um engano

Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente. Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo. Ouvi uma história muito engraçada sobre uma diretora de criação maluca que fez os funcionários irem trabalhar de pijama. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo

Para os animais o mundo foi convenientemente dividido em a)"acasalar com" b)"comer" c)"fugir de" d)"pedras".

O ANDAIME
O tempo que eu hei sonhado
Quantos anos foi de vida!
Ah, quanto do meu passado
Foi só a vida mentida
De um futuro imaginado!

Aqui à beira do rio
Sossego sem ter razão.
Este seu correr vazio
Figura, anônimo e frio,
A vida vivida em vão.

A 'sp'rança que pouco alcança!
Que desejo vale o ensejo?
E uma bola de criança
Sobre mais que minha 's'prança,
Rola mais que o meu desejo.

Ondas do rio, tão leves
Que não sois ondas sequer,
Horas, dias, anos, breves
Passam - verduras ou neves
Que o mesmo sol faz morrer.

Gastei tudo que não tinha.
Sou mais velho do que sou.
A ilusão, que me mantinha,
Só no palco era rainha:
Despiu-se, e o reino acabou.

Leve som das águas lentas,
Gulosas da margem ida,
Que lembranças sonolentas
De esperanças nevoentas!
Que sonhos o sonho e a vida!

Que fiz de mim? Encontrei-me
Quando estava já perdido.
Impaciente deixei-me
Como a um louco que teime
No que lhe foi desmentido.

Som morto das águas mansas
Que correm por ter que ser,
Leva não só lembranças -
Mortas, porque hão de morrer.

Sou já o morto futuro.
Só um sonho me liga a mim -
O sonho atrasado e obscuro
Do que eu devera ser - muro
Do meu deserto jardim.

Ondas passadas, levai-me
Para o alvido do mar!
Ao que não serei legai-me,
Que cerquei com um andaime
A casa por fabricar.


Fernando Pessoa

... eu que me perdoei tudo o que foi grave e maior em mim.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Foi por sorrir tanto de graça que eu paguei tão caro por todas as coisas que me aconteceram.

Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso.

Clarice Lispector
Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Para ti pode ter sido tão pouco, mas para mim foi tudo! Te agradecerei sempre e sempre! Por toda a minha vida.

Então eu disse a ele - e foi a única coisa dita: se isso acabar agora, vai ter valido a minha vida (...) Eu vou atrás dele. Desse homem que nunca conheci de fato, mas que existe de outra forma, que existe com outro rosto e outro nome, que existe no meu futuro, se o futuro eu permitir que aconteça. Não quero mais o presente, não quero mais a paralisia, o pra sempre. Alguém espera por mim. Alguém não vê a hora de eu chegar. Eu não vejo essa hora. Daqui, não alcanço esse sonho. Eu me vou. (...) Me reconheça ímpar. Impaciente. Só. Muito antes de louca. Muito antes e muito mais. Louca é pouco. (...) As perdas serão calculadas, as malas serão fechadas, as crianças serão preservadas e as vidas seguidas. E eu, então, irei atrás do meu instante.

Sofrimento não sofrimento como caminho só se pode falar no passado, dizendo sofrimento foi caminho, só se torna “caminho” se levou a alguma coisa.

Clarice Lispector
Todas as cartas. Rio de Janeiro: Rocco, 2020.

Nota: Trecho de carta para Fernando Sabino, escrita em 24 de janeiro de 1957.

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Só existe uma coisa importante em nossas vidas: viver a nossa lenda pessoal,
a missão que nos foi destinada. Mas sempre terminamos nos sobrecarregando
de ocupações inúteis, que acabam por destruir nossos sonhos( Maktub )

Quando me traíram ou assassinaram, quando alguém foi embora para sempre, ou perdi o que de melhor me restava, ou quando soube que vou morrer – eu não como. Não sou ainda esta potência, esta construção, esta ruína. Empurro o prato, rejeito a carne e seu sangue.

Clarice Lispector
Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto O jantar.

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É como se você tivesse o encaixe perfeito pro meu coração. Parece que foi feito sob medida pra mim. A pessoa feita para me amar e para que eu a ame, não é perfeita por não conter defeitos e sim por saber aceitá-los, não é lindo apenas por aparência e sim por dentro. Eu posso ver o seu coração através dos seus olhos, eu posso sentir o seu amor através de um simples toque e eu posso saber que fomos feitos um para outro porque meu coração grita isso a todo momento.

Se eu te dei meu coração, foi pra que você cuidasse bem dele.

Tenho um amigo que foi preso, acusado de corrupção.
Como cidadão, tenho de reprová-lo.
Como amigo, não posso deixar de estender-lhe a mão...

Andei pensando coisas. O que é raro, dirão os irônicos. Ou "o que foi?" - perguntariam os complacentes. Para estes últimos, quem sabe, escrevo. E repito: andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada.

Ela gostava quando, depois de muito tempo calada, ele pegava no seu queixo perguntando: - O que foi, guria?

Mergulhou na sua própria trip e foi inventando caminhos, na maior solidão.