Faz de Conta Qu eu Acredito
Será que eu tenho sentimentos, será que eu sou igual aos outros,
estou perdido nesse mundo de ilusão...
A verdade é...
É que eu quero alguém.
Quero viver uma vida com esse alguém.
Quero abraçá-la,
beijá-la,
fazê-la feliz.
Quero escrever versos com ela,
ver filmes, séries e animes —
com a cabeça encostada no ombro dela.
Quero tirar fotos dela quando não estiver olhando,
e guardar cada sorriso como se fosse ouro.
Quero me levantar antes,
só pra acordá-la com beijos.
Curtir nossas músicas preferidas
enquanto o mundo lá fora se esquece de nós.
Quero ter filhos,
uma casa simples,
um cachorro bobo,
e um jardim que floresça com o tempo.
Queria viver cada segundo ao lado dela,
nessa vida que às vezes corre e às vezes pesa.
Mas esse sonho...
esse sonho vai se apagando aos poucos.
Como quem desliga as luzes de um quarto vazio
.
Vai virando só isso:
um sonho.
Uma ideia bonita que mora na mente,
mas que o coração já nem sabe se espera.
Afinal,
nem toda história tem final feliz.
Mas toda história tem verdade.
E essa é a minha.
Gosto do serrado, onde tem muita neblina; gosto do tempo de frio, assim como eu me arrupeio, sei que algo tocando em mim, bem provável que meu anjo da guarda me protege, que dá aquele frio
Eu gosto de fingir que eu sou rica
Eu não sou Rica, mas eu sinto que eu tinha que ser.
É porquê eu me acostumo muito fácil com coisas de rico.
"Ah porquê riqueza não traz felicidade!"
É, mas a pobreza também não garante nada.
Eu acho que na outra vida, eu era mais rica, rica mesmo.
Só que eu fiz muita maldade, aí nessa vida eu reencarnei sem condições!
Eu passo dias e dias esperando alguém me regar,
Conto horas e horas, minutos até os segundos...
E o que me resta é esperar!
Ainda bem que alguém olha para mim —
E lá no céu está!
Faço festa e balanço para lá e para cá.
Que alegria!
Ele está sempre a me notar!
Sabe quem eu sou?
Basta respirar...
Esse é o meu tocar.
- Autor: Jonas Feijó
EU TIVE/TENHO TEMPO
Eu tive tempo de plantar flores,
mas deixei o jardim em silêncio.
Tive tempo de escrever versos,
mas calei o papel em branco.
Tive tempo de abraçar mais forte,
e, às vezes, abracei o vazio.
Eu tive tempo de sonhar alto,
mas temi o vento das alturas.
Tive tempo de arriscar caminhos,
mas caminhei na margem segura.
E, no entanto, o tempo não partiu.
Ele pulsa agora, dentro de mim.
Ainda há sementes à espera da terra,
a canção ainda mora na garganta,
o abraço ainda cabe nos braços,
e os sonhos ainda sabem voar.
Pois nunca é tarde quando há desejo,
e nunca é distante quem tem coragem.
Eu tive tempo…
e, mais que isso,
eu tenho tempo.
A vida é um doce veneno, que eu tomo uma dose todos os dias na esperança de ficar imune e não mais sofrer ao tomá-la.
Tem gente que sempre arruma uma desculpa pra ser do jeito que é. Eu nunca tive problema com as escolhas que cada um faz sobre como quer viver. Mas, sinceramente, ainda me surpreendo com quem prefere ser chato com tudo, sorrir pouco e reclamar demais. Nada tá bom. E aí eu fico pensando: quantos 'bom dia', quantas 'boa tarde' e quantas 'boa noite' a gente perde por causa dessa mania de reclamar de tudo o tempo todo.
De Deus muito eu duvidei,
Sabendo que me observava.
Aqui embaixo eu blasfemava,
Esperando o pior.
Ô coisa que eu sinto dó,
E que me aperta o coração!
Eu era réis desgarrada,
Bicho brabo, vaca emprenhada,
Eu era macho redomão.
Eu era fraco de cabeça,
Não é que hoje eu não seja,
É que antes eu fui mais.
Eu achava que eu era
Muito mais do que eu era,
Muito mais, muito mais.
Eu me enxergava como um ouro,
Eu era o prêmio, o tesouro
Que ninguém nunca iria achar.
Eu era o tesouro escondido,
Eu era o elo perdido,
O leite, mel, o xangri-lá.
Pobre de minha mãe,
Pobre de minha esposa,
Pobre dos meus amigos,
Pobre dos meus irmãos.
Me viam eu me iludindo,
E me olhavam sempre rindo
Para proteger meu coração.
Sempre pensei, mais de mim mesmo,
Sempre me levei muito a sério.
Hoje aceito que erro,
Hoje sei que só sou normal.
Mas vale prezar os meus
E viver para sempre em suas mentes,
Do que dez minutos num jornal.
Luta Interna
Quantas vezes eu tentei lutar contra?
Muito lutei sem saber.
Hoje luto por um espaço,
não perto, mas dentro de você.
Vivemos a vida de outros
e esquecemos de viver a nossa.
E o que somos por dentro se perde,
não luta e se acomoda.
Canto para esvaziar
o que dentro de mim transborda.
Se fico em silêncio, a madeira racha
e estouram as cordas.
Para quê tentar lutar contra quem somos,
contra o pranto, contra a dor?
Nos esquecemos que sempre perdemos
ao lutar contra o amor.
é dia 12 e eu senti algo
É dia 12 — e logo na primeira hora
uma pressão no peito, prestes a explodir:
ansiedade, ou um sentimento incontido,
como viajar de madrugada com meus pais,
um trem sem destino que bate na janela.
É dia 12 — perto do almoço compartilhei músicas,
uma trilha que me trouxe de volta a 2019,
a um outro abraço que não era dela.
O mesmo gosto, outro nome, mesma saudade.
É dia 12 — depois do almoço e da caminhada
o vazio regressou, fiel guardião;
mas por um instante — respirei, a ilusão acesa,
de que algo ainda podia brotar.
É dia 12 — e me enganei a sentir;
saí, bebi, voltei — repetindo passos.
É dia 12 — e senti algo:
uma vontade urgente de melhorar,
sair desse poço, vencer a inércia chamada vida.
É dia 12 — li as notas dela;
vi o que eu não sentia multiplicado:
ela sentiu em dobro o que eu negava.
A verdade, escrita, me atravessou.
É dia 12 — e FINALMENTE senti algo:
culpa, irresponsabilidade, reconhecimento.
No dia 12 eu voltei a sentir por ela,
e parei de me enganar com o resto
' ENQUANTO ESTOU AQUI.'
Eu só queria ouvir a tua voz
Dizendo sim,
Abraçando-me forte
e tua voz enviasse
Num num som pra' o
Mundo inteiro ouvir ....
Queria ouvir você dizer:
"Não, eu não vou embora
Preciso cuidar de ti"
Enquanto estou aqui
Talvez,
Se ouvisse a sua voz
Fosse curada
Toda dor e angústia
Que invade meu ser
Que aos poucos me mata .
De saudades de ti !
Mas sei que breve a terra
clamará meu nome
Levando-me pra si.
Mas
Eu queria ouvir a tua voz
Uma última vez
Enquanto estou aqui.
Maria Francisca Leite
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