Eu sou tudo e nada
A vida seria imposível se tudo se recordasse. O segredo está em saber escolher o que se deve esquecer.
"Depois de tudo ele ainda vem com essa: Você ainda tão cinica ultimamente.É meu querido alguma coisa boa eu tinha que aprender com você!"
Pudesse abrir a cabeça, tirar tudo para fora, arrumar direitinho como quem arruma uma gaveta. Tomar um banho de chuveiro por dentro.
Deus... vamos combinar o seguinte:
Vou aguentar firme por aqui,
mas um dia vou rir de tudo isso né?
(e com o meu sorriso largo de sempre)
Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas - se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso.
Podiam desnudar, nos mínimos detalhes, tudo quanto houvesse feito, dito ou pensado; mas o imo do coração, cujo funcionamento é um mistério para o próprio indivíduo, continuava inexpugnável.
Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida. Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado, eu sinto saudades…
Nota: Trecho de texto que costuma ser erroneamente atribuído a Clarice Lispector.
O segredo da vida não é ter tudo que você quer, mas amar tudo que você tem!
Por isso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado, sempre!
Nota: Trecho de uma adaptação do texto "O Paradoxo do Nosso Tempo" de Bob Moorehead. Atribuído muitas vezes, de forma errônea, a George Carlin, que em 2001 desmentiu ser o seu autor.
...MaisO homem verdadeiramente prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz.
O Anjo
Com um mover da fronte ele descarta
tudo o que obriga, tudo o que coarta,
pois em seu coração, quando ela o adentra,
a eterna Vinda os círculos concentra.
O céu com muitas formas Ihe aparece
e cada qual demanda: vem, conhece -.
Não dês às suas mãos ligeiras nem
um só fardo; pois ele, à noite, vem
à tua casa conferir teu peso,
cheio de ira, e com a mão mais dura,
como se fosses sua criatura,
te arranca do teu molde com desprezo.
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O Cego
Ele caminha e interrompe a cidade,
que não existe em sua cela escura,
como uma escura rachadura
numa taça atravessa a claridade.
Sombras das coisas, como numa folha,
nele se riscam sem que ele as acolha:
só sensações de tato, como sondas,
captam o mundo em diminutas ondas:
serenidade; resistência -
como se à espera de escolher alguém, atento,
ele soergue, quase em reverência,
a mão, como num casamento.
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O mundo estava no rosto da amada -
O mundo estava no rosto da amada -
e logo converteu-se em nada, em
mundo fora do alcance, mundo-além.
Por que não o bebi quando o encontrei
no rosto amado, um mundo à mão, ali,
aroma em minha boca, eu só seu rei?
Ah, eu bebi. Com que sede eu bebi.
Mas eu também estava pleno de
mundo e, bebendo, eu mesmo transbordei.
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"No mundo, a coisa é determinada, na arte ela o deve ser mais ainda: subtraída a todo o acidente, libertada de toda a penumbra, arrebatada ao tempo e entregue ao espaço, ela se torna permanência, ela atinge a eternidade. (...)"
§
"Quero viver como se o meu tempo fosse ilimitado. Quero me recolher, me retirar das ocupações efêmeras. Mas ouço vozes, vozes benevolentes, passos que se aproximam e minhas portas se abrem..."
§
"Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos de sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever? Isto acima de tudo: pergunte a si mesmo na hora mais tranqüila de sua noite:"Sou mesmo forçado a escrever?" Escave dentro de si uma resposta profunda. Se for afirmativa, se puder contestar àquela pergunta severa por um forte e simples "sou", então construa a sua vida de acordo com esta necessidade. Sua vida, até em sua hora mais indiferente e anódina, deverá tornar-se o sinal e o testemunho de tal pressão. Aproxime-se então da natureza. Depois procure, como se fosse o primeiro homem, a dizer o que vê, vive, ama e perde. (...)"
Os Barcos
Você diz que tudo terminou
Você não quer mais o meu querer
Estamos medindo forças desiguais:
Qualquer um pode ver
Só terminou para você.
São só palavras: teço, ensaio e cena
A cada ato enceno a diferença
Do que é amor ficou o seu retrato
A peça que interpreto
Um improviso insensato
Essa saudade eu sei de cor
Sei o caminho dos barcos
E há muito estou alheio e quem me entende
Recebe o resto exato e tão pequeno:
É dor se há, tentava, já não tento.
E ao transformar em dor o que é vaidade
E ao ter amor se este é só orgulho
Eu faço da mentira, liberdade
E de qualquer quintal faço cidade
E insisto que é virtude o que é entulho:
Baldio é meu terreno e meu alarde.
Eu vejo você se apaixonando outra vez
Eu fico com a saudade
E você com outro alguém
E você diz que tudo terminou
Mas qualquer um pode ver,
Só terminou para você.
Tudo que sentia era saudade da sua presença. Chegava tarde da noite, encontrava a casa às escuras. Era obrigado a atravessar silenciosamente a sala e subir para o quarto, resistindo à tentação de bater à sua porta sob o pretexto de saber se por caso ela ainda estaria acordada.
A única coisa a se temer é o medo”. O medo atrai exatamente tudo o que não queremos! O medo é uma emoção muito forte e sua energia, ligada à imagem daquilo que se teme, cria todas as circunstâncias para que aconteça exatamente o que não
desejamos.
Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata
(...)
É tentação a vertigem; e também a pirueta dos ébrios.
Eternos! Eternos, miseravelmente.
O relógio no pulso é nosso confidente.