Eu Sonho o que eu quero Pedro Bandeira
Quando o Silêncio Me Abraça
Há dias em que o mundo pesa, mas o céu insiste em ser azul. A alma senta na beira do peito como quem espera o tempo passar. Guardo segredos no bolso da camisa, palavras que nunca disse por medo, e sonhos que dormem dobrados no canto esquerdo da alma. Já amei com os olhos fechados, como quem anda no escuro e ainda assim enxerga a luz de uma voz dizendo: “fica”. O amor, às vezes, é só silêncio — um café que esfria na mesa, um bilhete que nunca foi lido, uma canção que ninguém ouve mais. Mas também é flor nascendo no asfalto, é abraço sem pressa, é vontade de ficar quando tudo quer ir embora. A vida me ensinou a ser abrigo, mesmo quando sou tempestade. E a sorrir por dentro quando a dor bate do lado de fora. Há beleza no que não se diz, há poesia no que se perde. E há esperança naquilo que recomeça sem aviso. Sou feito de ausências e memórias, de encontros que não voltam e de promessas que ficaram no meio do caminho. Mas sigo... leve, como quem dança com o vento. Profundo, como quem já chorou sorrindo. E inteiro, mesmo quando partido.
"Casa de Dentro"
(por um coração com janelas)
Tenho em mim uma casa que não fecha,
onde o vento entra sem bater —
e cada suspiro é uma porta que range
pro lado de dentro de mim.
Nessa casa mora um rio calado,
que chora baixinho à meia-noite,
mas também ri com o sol da manhã,
quando a esperança põe a chaleira no fogo.
As paredes têm cheiro de infância,
de pão na manteiga e de colo quente.
E quando a tristeza visita,
dou café e deixo sentar um pouco.
Porque aprendi — com o tempo e os tombos —
que até a dor tem poesia
se você souber escutar com o peito
e não só com os ouvidos do dia.
Nessa casa, amor não é hóspede:
é morador antigo,
que plantou hibiscos no quintal
e rega o silêncio com paciência.
E há um jardim nos fundos,
onde tudo que morreu floresce de novo,
de mansinho,
como quem entende que a beleza
não tem pressa nem endereço fixo.
Sou casa, sou rio, sou flor.
Sou verbo que ainda não foi escrito,
mas que vive sendo sussurrado
no coração de quem sonha.
E se um dia bater na minha porta,
vem leve.
Descalço.
Com alma lavada.
Porque aqui dentro,
a gente vive como se o mundo fosse poesia
e cada encontro, um milagre.
Tenho dentro de mim
uma Clarice que duvida,
um Drummond que espreita as pedras,
um Vinicius que ama até o adeus,
e um Shakespeare que sonha com os olhos abertos.
Fui casa caída, bandeira ao vento,
fui rua sem nome e jardim sem dono.
Mas reguei minha ausência com esperança,
e plantei amor até no chão do abandono.
Não me peça lógica — sou flor.
Sou verbo em carne viva.
Sou reza de Cora no silêncio da cozinha.
Sou verso de Mario escapando pela fresta.
E mesmo quando a dor fizer morada,
ainda assim —
com olhos molhados e alma lavada —
deixarei a porta aberta.
Finitude: a arte de viver o agora
A lucidez sobre a fragilidade da existência, pode ser interpretada não apenas como fonte de tristeza, mas também como um convite a uma libertação paradoxal. Ao reconhecer que a vida não se sustenta em grandiosidades épicas ou em felicidade perene, descobrimos que sua beleza reside justamente na efemeridade e na imperfeição. A consciência da finitude não precisa ser apenas um peso, mas pode ser o que nos ensina a valorizar os "pequenos momentos insignificantes" como únicos e insubstituíveis.
Se o amor não é um conto de fadas, sua fragilidade o torna mais precioso — não porque dura para sempre, mas porque, justamente por ser passageiro, exige presença e cuidado. Se a felicidade é fugaz, sua raridade a torna mais intensa quando surge, como um raio de luz em meio à escuridão. A solidão do entendimento, por sua vez, pode ser o preço da autenticidade: ao nos afastarmos das ilusões coletivas, ganhamos a chance de viver com maior profundidade, mesmo que isso nos separe superficialmente dos outros.
Nesse sentido, a tristeza de saber demais não é o fim da experiência, mas seu verdadeiro começo. Ela nos tira do automatismo e nos coloca diante da vida como ela é — frágil, transitória e, por isso mesmo, digna de ser vivida com atenção e coragem. A melancolia não é um beco sem saída, mas um portal para uma existência mais consciente, onde cada instante, por mais breve que seja, ganha um significado precioso porque não durará. A verdade pode doer, mas também nos liberta para encontrar beleza no efêmero e significado no que, de outra forma, pareceria insignificante.
Há de vir o dia
em que os poetas vão se sentir livres.
Nesse dia, as pálpebras de suas retinas
não vão umedecer.
O dia em que a poesia dormirá,
sem lugar para se reter.
Já que a poesia busca a liberdade, e liberdade...
... é morrer.
"HOLOFOTE"
Amei-a Lua
à meia-lua
conforme a consciência
ficava mais leiga,
mais nua
e menos meia.
Amei-a Lua
à meia-lua
já que a displicência
te deseja,
anseia meiga
pois é cada vez mais sua.
"Abraço meus sonhos
e você me abraça de volta,
já que eles sempre
consistem no que você não crê;
Aquele ônibus não só te levava,
mas carregava toda minha alegria,
e minha alegria
já bastava em você".
"Por mais amor
e menos paixão,
que não seja só um órgão
o sótão chamado coração;
Vale mais uma interrogação
que dois pontos finais.
Antes do devaneio ser sério,
é o mistério que me leciona seus sinais..."
Coração partido, mas o som tá batendo,
Procuro qualidades, sempre fluindo,
Os defeitos tão no espelho, que vão refletindo,
Mas espero alguém pra somar, o tempo vai ouvindo
minha saudade
Amor é meta, mas sem ostentação,
No morro ou na pista, sempre de mão em mão,
Saudade no peito, vira inspiração,
Dividir o café, nossa sintonia então.
O amor é simples, é dividir o café,
É ver manhã chegar com sabor e fé,
Reconhecer a saudade em todas as manhãs,
que guarda em pé!
É o funk no peito, junto ao que é.
Trap e batida, sentimento que invade,
Rimando sobre noites e nossas verdades,
Se for pra somar, aceito a metade,
Amor que é vivido, não pela metade.
Na favela ou no asfalto, paixão é pulsação,
Entre muros de concreto ou no vasto chão,
A química vibra, nossa conexão,
Procuro no comum, escrevendo canção.
O amor é simples, é dividir o café,
É ver manhã chegar com sabor e fé,
Reconhecer a saudade em todas as manhãs,
que guarda em pé!
É o funk no peito, junto ao que é.
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