Eu Sonho o que eu quero Pedro Bandeira
Novo Passeio em 02 Mundos
No primeiro mundo somos uma gota
no segundo mundo somos o oceano
No primeiro aprendemos a nos molhar
no segundo aprendemos como chover
No primeiro somos todos pressionados
no segundo como aliviarmos a pressão
No primeiro vivenciamos a escassez
No segundo como propiciar a fartura
No primeiro todos nós somos alunos
No segundo cada um se faz mestre...
O primeiro mundo é denso e sensorial
O segundo mundo é sutil e... imaterial
A densidade de um flui com a emoção
A sutilidade do outro, pela imaginação
O primeiro mundo aprimora o coração
O segundo transmuta sentir em razão
Forjar nesta razão a alma de um poeta
Faz do existir, extraordinária epopéia...
Razão para sentir... sentir para viver
A nascente do sentir flui até o saber
Da nascente ao riacho, ao rio até o mar
O sentir ao fluir, vai ensinando o pensar
Pensar sem sentimento... é tormento
Um barco sem rumo, direção e vento
Raiz de todo o infortúnio e sofrimento
Riqueza dos tolos, coroa de lamentos
Água estéril, infecunda, pura angústia
Mãe da guerra, da doença e penúria...
Quem desconhece estes 02 mundos
Mesmo forte e capaz, vive moribundo
A vida é o grande palco do sentimento
Forjando poetas, sábios e rabugentos.
Cada um se comporta diante da vida
Conforme a razão compreende a lida
Passeio em 02 Mundos
Passeando... percebi que
somos, ao mesmo tempo,
viajantes entre 2 mundos:
Um comum, outro pessoal.
No primeiro somos como
uma gota em um oceano
no segundo somos como
o oceano ... em uma gota
No primeiro, podemos agir
No outro, ponderar, refletir
No primeiro podemos ousar
No outro, meditar e projetar
No primeiro, aprendemos
a consideração aos outros
no segundo, aprendemos a
considerar a nós mesmos.
Nem maiores, nem menores
nem melhores, nem piores
apenas, as representações
dum infinito, feito em gotas
" Terá a vida sentido, ou vivemos intensamente se sentido não tiver; levar tudo a sério nos aprisiona em um sistema, que molda indivíduos que não nos representa dentro de nós mesmos.''
O bom da vida são os pequenos momentos que nos fascinam, levando-nos a lembrar de pessoas, e momentos inesquecíveis.
''O que marca nossa passagem nesse espaço-tempo, não são os momentos de estase ou volúpia, mas sim aquele em que mostramos o nosso caráter, e mudamos o mundo apenas com pequenas atitudes que fazem grande diferença aos olhos daqueles que nos admiram''
Mãe você é uma das pessoas mais importantes da minha vida porque foi você quem me deu a luz e a pessoa que sempre esteve do meu lado nas horas difíceis e ruins da minha vida. Mãe te amo mais que tudo mesmo quando faço, mal criação, birra, etc.Quando precisar de alguém pode sempre contar comigo porque sempre estarei do seu lado.Mãe eu te amo
Tudo o que você diz e faz nunca passa despercebido... aquilo que nós consideramos ser apenas uma brincadeirinha pode tanto EDIFICAR quanto ARRUINAR uma vida, portanto cuidado pra não tomar o lugar de Satanás proferindo maldições e façamos o papel de filhos e filhas de Deus, proferindo BÊNÇÃOS provenientes de um DEUS que AMA, PROTEGE, PERDOA e SALVA!
Os limites existentes não diminuem a nossa liberdade, pelo contrário, asseguram-na, pois impede que a sua liberdade seja dependente da de outra pessoa.
- Amor, vamos brincar de esconde esconde?
- Não, posso...
- Porquê?
- Por que, uma mulher como você é difícil de encontrar...
ROMA
É uma tristeza que ti consome
Ti mata e te cria
Ti derruba e te faz levantar
Ti destrói e reconstrói
Que mexe com seus olhos mas não derrama lagrimas
Que mexe com a sua mente porém ti faz pensar
Que mexe com seus lábios mas não ti deixa falar
Agarra o seu coração e divide ao meio
Levando metade
E deixando a outra para que você sofra, e tente encontrar a outra parte que te completa
Esse é o ROMA?
Melhor assim sei que vai aparecer uma mulher
que me dê valor não sinto culpa alguma por não
tenho mesmo ser verdadeiro não é crime nem é
pecado
saudades! sim… talvez… e por que não?...
[5 de abril de 2015]
24 horas! reabri hoje o livro a paixão segundo g.h., da clarice. escolhi-o para ser o nosso manual de inexistência mútua. 24 horas. o tempo não é real. saudades! sim… talvez… e por que não?... saudades de feitio estranho. fome de fazer nada ao teu lado, porém a distância fala do seu próprio modo, o tempo não fala, mas canta a sua própria canção. 24 horas sem comunicação. aceito a fatalidade com um sorriso triste. a resposta possível não é possível, amor e mistério. tenho medo da saudade, ainda que ela ande presa a mim.
©pedro pereira lopes
saudades! sim… talvez… e por que não?... [2]
[7 de abril de 2015]
segunda-feira. foi a primeira sem ti, detestável. comprei os sorvetes, como sempre, um pouco depois das nove da noite. encontrei-te em espírito na última aula, hesitei, fiz uma pausa. experimentei os olhos afadigados dos estudantes sobre os meus, abandonei a sala para refrear a dor da tua inexistência.
descobri, afinal, que a tua irmã tem a tua voz, como várias vezes disseste. condenei a minha intromissão, queixei-me então do dia, do frio, da solidão e da tua coragem. os sorvetes desfizeram-se, sobre a mesa, entre a pilha de louça suja. justiça poética, acredito. hoje é feriado. tenho a certeza de que cá terias passado a noite… saudades! sim… talvez… e por que não?... onde estiveres, só quero que te lembres de ser feliz.
©pedro pereira lopes
saudades! sim… talvez… e por que não?... [3]
[8 de abril de 2015]
trabalhei com afinco, o dia todo – como sempre o faço –, com a vã esperança de libertar-me. então o trabalho não liberta? de pouco adiantou. surgias em cada palavra vitimada que eu lia, e punha-me logo a sorrir como um louco no fim da tarde. guardei o riso para depois, rir sozinho a desgraça alheia não tem graça nenhuma.
hoje tive uma raiva daquelas! voltaram a tirar-me uma das luzes do carro. ao malfeitor brindei as labaredas infernais, mesmo que tenha sido por meio de um haicai muito mal conseguido. são saudades! sim… talvez… e por que não?... falando em poesia, descobri que não eras, afinal, o pote de vida, mas sim a fonte.
©pedro pereira lopes
saudades! sim… talvez… e por que não?... [5]
[13 de abril de 2015]
já se sabe que os escritores são uma raça estranha de seres humanos – assunto esgotado. enfadonha seria a sociedade sem, por exemplo, pessoas como o eduardo white, sangare okapi e álvaro taruma. disse-me um amigo filósofo que agora é deputado: ‘os poetas são os humanos mais humanos’. white tinha um coração ainda maior do que o talento. sangare idealiza ilhas e calça sapatilhas coradas (quando não está a encantar serpentes com o fumo do cigarro que se apaga no turbante do aladino). taruma, o condenado, vive mesmo numa ilha, mas é um pirata de terra firme. em comum, a poesia.
sonho. é melhor assim, que pensem que de um sonho se tratou. foi real, ouvi a tua voz. quanta preciosidade numa curta ligação! refiz a nossa última visita ao mar. escalei as pedras e dediquei o teu nome à infinidade das águas e do céu, num voto de afecto alternativo e, talvez moderno.
sabes que tenho uma paixão pela academia, mas está a fartar-me o ensino. talvez devesse ficar exclusivamente na investigação, não sei. o resto conto-te pessoalmente. apeteceu-me um sorvete, como sempre, nas segundas. o teu ficou guardado, com duas lambidelas cheias de ternura. saudades! sim… talvez… e por que não?...
© pedro pereira lopes
